Versos Soltos
O verso parte em revoada,
Sobrevoando nuvens, rompe a alvorada,
e lança-se semente em brancas páginas
Receptivas, cintilam em doce acolhida.
Fecunda a terra, já molhada, à espera,
E revolvendo essências, fala de outras eras.
Cruza os céus em vertiginoso vôo:
Liberdade que se despe em ritual de entrega.
Inebriado, inquieta-se de prazer.
Não sossega, por ser, ele próprio,
O amor que nos nutre e afeta...
Intrépido, desvirgina as mãos do poeta,
Fertiliza o inóspito, afrodisíacas sensações,
Copulando emoções, engravidando palavras
Útero poético que se abre, unindo corações!
Transforma a alva folha em criança audaz,
Que sorve faminta o sumo da vida que se faz.
Palavras que acarinhadas pela inspiração
Rendem-se aveludadas, em suspiros de paz
Marcas de sonhos riscadas em páginas de amor!
Metáforas que nos espelham, alívios de dor
Traços preciosos que nos invadem a alma
Letras solitárias, ora em furor, ora em calma.
E assim, produzem-se os versos, mágicas poesias
Prenhe de sonhos, quimeras e fantasias.
Enlevando aos píncaros o êxtase do poeta!
© Nandinha Guimarães e J.B Xavier
Em 23.09.00
|