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Contos-->Um Sorriso, Um Amor, Uma Tristeza ... -- 20/03/2003 - 12:34 (Cristiane Martins) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


O que eu mais amava nela era seu sorriso, sua capacidade de sempre dar a volta por cima em toda e qualquer situação difícil que aparecia em sua vida. Era isso que eu amava nela, aquele bom humor que era sua impressão digital, era único, era dela, era ela...

E agora lá estava ela: olhar perdido e triste buscando nada em lugar algum, olhando através da janela do seu quarto, debruçada como se carregasse o próprio peso umas mil vezes por sobre os ombros. Mas como dizer à ela? Como revelar à ela que ela perdera o que eu mais amava? E ainda por minha causa? Seria fácil, eu poderia ligar...poderia talvez com uma ligação levar aquele sorriso de volta para o lugar que lhe era de direito, para o rosto de minha amada!

Liguei, mas sua voz rouca revelava todo seu sofrimento... “sim” dissera, um sim que me culpava, me julgava, me confundia. Ela dissera sim ao meu convite, ignorando o meu “não” ao seu...
E lá estávamos nós, na mesa daquele bar tão impessoal, ela bebericando um refrigerante, eu bebendo minha própria saliva escassa que arranhava minha garganta...

“Sorria” meu pensamento suplicava, “sorria para mim, traga luz denovo para minha vida, largue de toda essa melancolia...” mas não... Vez que outra ela me lançava aquele olhar, aquele que me queimava, que buscava minha lama, aquele que conhecia meus medos, mas logo desviava seus lindos diamantes negros de mim... Passava suavemente seus dedos nervosos entre os fios de cabelos alinhados como sempre, lindos como sempre ...

Ah, como eu amava seu sorriso... Pensei em perguntar “cadê?” , mas temi a resposta. Ela estava tão distante, parecia até uma desconhecida, era estranho não vê-la sorrindo, não ouvir sua voz aguda contando de sua vida, era estranho não ouvir a risada dela no telefone, sempre com uma piadinha inusitada... Sua ausência me matava, a ausência de vida naquele ser me perturbava... ah se eu pudesse, se eu fosse pelo menos metade do que ela almejava, do que ela pensava, talvez ela voltasse a sorrir, e eu pudesse amá-la ainda!

Mas não, eu não era o que ela procurava, nem poderia ser! Não tinha tais qualidades. Decididamente eu era bem menos do que ela sonhara que eu fosse... Toquei seu rosto, ela fechou os olhos e deixou rolar uma lágrima. Depois abriu-os e me fitou tão diferente, senti a necessidade de segurar suas mãos entre as minhas e ela lendo meus pensamentos assim o fez, e emitiu um som quase imperceptível que traduzi como “eu te amo”.
Não respondi! Fiquei estático. Esperava ver aquele sorriso largo brotar se seus lábios espessos... nada, nem sinal dele ... Meu coração estava esperando por ele, mas seu coração porém não entendia as mensagens que eu emitia.
Ela soltou um suspiro, e uma mecha de cabelo lhe caiu sobre seus seus olhos, ela apressou-se em mais uma vez colocá-la no lugar.

Quando a deixei em casa, vi alguns porta retratos na estante, eram fotos antigas, meios empoeiradas, havia uma meia dúzia delas, e em todas lá estava ele, seu belo sorriso estampado, toda sua alegria, tudo aquilo que eu amava nela ... Pensei em perguntar onde ele estaria, onde estaria toda aquela luz que ela emitia e que iluminava meu mundo, mas achei melhor não. No fundo eu sabia e temia a resposta. Beijei-lhe a face e atravessei a porta da sua casa pensando no quanto eu amei aquela menina de sorriso nos lábios, que tinha luz própria, vivacidade, força, determinação, doçura... era triste pensar que ela se perdera em toda aquela melancolia ...
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