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cronicas-->Cabelo na alface -- 12/12/2002 - 08:53 (Renato Rossi) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Há coisas que realmente perturbam qualquer um. Você entra na fila do restaurante, destes que pesam a comida e decidem quanto você deve pagar. Destes em que você segura o prato com uma mão, o suco com a outra e ai descobre que ainda não pagou. Destes que fornecem uma bandeja para colocar tudo. Na fila, você vai montando seu prato vegetaria é claro. Repolho, beterraba, cenoura, um pedaço de maçã para ficar mais fino e fecha o prato com uma belíssima folha de alface, verde, um pouco mais clara que a camisa do Juventude. Você paga e vai se deslocando para uma mesa.

No caminho para a mesa você olha o prato, concentra-se na alface e lá está ela, verde, tenra, uma beleza mesmo. Tão interessante que você fica olhando mais alguns instantes e acontece o que ninguém quer que aconteça. A princípio você não acredita, depois vai se conscientizando que ele está lá, não é possível negar. Refiro-me a um fio de cabelo preto enrolado, ínfimo como o salário, mínimo mesmo, enrolado como uma mola de relógio (acho que os relógios já não tem molas), enfim um fio de cabelo. Um fio de cabelo, ou de barba, talvez bigode, se bem que a aparência não deixa clara a origem. Talvez mais ao sul, o que só piora a situação. Quanto à cor, vale corrigir. O fio é preto se você for loiro. Se você tem cabelos pretos, o fio será ruivo, talvez branco. Ou seja, não se trata de um fio seu. Você olha em volta e tenta identificar uma possível fonte. O rapaz do suco, talvez a moça do caixa. Não, as cores nunca combinam e todos têm cabelos lisos.

Mal se vê o tal cabelo tão perturbador, ninguém notaria um cabelinho destes, todo enroladinho. Mas você notou. Notou, viu, está visto, não dá pra voltar atrás, dizer que não viu, nem notou. Não pra você. Ele está lá.

Cuidado, absorto nesta importante questão, é grande o risco de tropeçar em alguém e derrubar todo o seu prato e também o do alguém. Aí a confusão está feita, gravatas melecadas, vestidos manchados de beterraba, camisas brancas engomadas com cenoura. Uma droga, se bem que resolve o problema do cabelinho. Não, melhor não. Preocupe-se com o cabelinho mas não derrube ninguém.

Voltando ao cabelo na alface e considerando que a esta altura você ainda não derrubou ninguém, o problema persiste. É só um cabelinho ruivo, minúsculo. Mas ainda está lá abanando pra você. Fosse um desenho animado, ele estaria dando uns pulinhos, se enrolando e desenrolando enquanto dá boas gargalhadas. Pelo menos isto, não é um desenho animado. É a realidade.

Há quem assopre o cabelinho. Tem ocasiões em que ele não voa, sai da alface e fica grudado na beterraba. Outras vezes ele voa. Mas fica a lembrança.

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