POMBAL, Meu Muito Obrigado
(Por Domingos Oliveira Medeiros)
Pombal, eu estou sabendo
Já recebi o recado
Mais um dia vinte e um
Que será comemorado
Durante o mês em curso
Uma festa com discurso
Talvez até feriado
Feriado em homenagem
À minha cidade natal
Já sinto o cheiro no ar
A alegria é local
Em toda a comunidade
Mas para mim, a verdade
O feriado é nacional
Porque já faz muito tempo
Sem visitar a cidade
E meu coração brasileiro
Pulsa forte de saudade
Não esquece o companheiro
Meu solo, meu chão primeiro
Lembranças da tenra idade
Nasci e sou sertanejo
Pombal, és o meu terreiro
Na rua do Rio a parteira
Escutou o meu berreiro
Chegava mais um cidadão
Mais um amigo, um irmão
Assim dizia o letreiro
No quarto da mãe querida
O velho todo encantado
Era o segundo menino
De dez que foi planejado
Muito grande a encomenda
E pouco tempo n’ agenda
Para o ato consumado
Mas o velho alfaiate
No riscado, era ligeiro
Viúvo, com nove filhos
Dera o tiro certeiro
Com trombone e violão
Conquistou mais um coração
Era um bom casamenteiro
Um dia, quis o destino
Deixou para traz o sertão
Imbuído do desejo
De uma melhor educação
A família carecia
E cada vez mais crescia
Dava a volta no oitão
E o mestre alfaiate
Já não tinha freguesia
Pra dá conta do recado
Comida pra todo dia
E cada vez que ensinava
O ofício que amava
O aprendiz desistia
Mas Pombal, essa história
Somente agora contada
Foi pra dizer de verdade
O quão você é lembrada
Papai nunca lhe esqueceu
Mamãe, meus irmãos e eu
Nossa terra muito amada
Seja pra cima ou pra baixo
Por todo canto que ando
A toda hora eu me lembro
E de você vou falando
E a fala hoje é direta
Pra Pombal em linha reta
Muita paz vou desejando
Amigos e conterrâneos
Meu belo chão sertanejo
Desculpem a rima forçada
Mas aceitem esse meu beijo
Como forma de gratidão
Ter nascido nesse sertão
Sempre foi o meu desejo
Parabéns Pombal, pelos 142 anos, que serão festejados no dia 21 de julho de 2004. Abraços fraternos, do seu filho, Domingos.