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Poesias-->26. VONTADE DE ACERTAR -- 08/08/2003 - 06:42 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Quisera poder, um dia,

Registrar minha presença,

Através duma poesia

Capaz de elevar-lhe a crença.



Perigosamente, digo

O que desejo fazer,

Mas a verdade é que tenho

A condição de escrever.



Por que, então, eu não consigo

Deixar o recado já?

Será que tenho motivo,

Ou vou deixar como está?...



Certo refrão popular

Diz que o errar é muito humano,

Mas perdoar é divino:

Repetir o erro, insano.



Conhecido dos amigos,

O provérbio faz furor,

Porquanto todos desejam

Livrar-se de algum pavor.



Languidamente é que escrevo,

Pondo o médium aturdido,

Pois tudo isto que redijo

Eu assopro-lhe ao ouvido.



Parece que o dia está

Fortemente positivo:

É que esta turma daqui

É do socorrismo ativo.



Impropérios são ouvidos,

Subindo das profundezas.;

Ergamos, contudo, irmãos,

Com nossa fé, fortalezas!



Caminhando pela praia,

Ia o menino Jesus.;

Assinalava as estrelas,

Pelos seus fachos de luz.



Chegou-se a ele um sujeito,

Ancião de barbas brancas.;

Ajoelhou-se ao seu lado,

À altura de suas ancas.



Calou-se o quanto podia,

Buscando ouvir o menino,

Que prosseguiu enlevado,

Ouvindo do céu seu hino.



O pobre velho chorou

Conturbado de emoção,

Quando, no rastro do jovem,

Viu estrelas pelo chão.



Se pudermos burilar

Os versos acima escritos,

Poderíamos deixar

Os temas bem mais bonitos.



Por isso, caro escrevente,

Após o fim da sessão,

Dedique um pouco de tempo

Para boa refacção.



Não lhe pedimos seja hoje,

Respondendo à inquirição.

Poderá ser noutro dia,

Após a preparação

Do texto duma outra equipe

Do qual falta só a impressão.



Deverá ir percorrendo

Todos os versos de novo.;

Aí, bem devagarinho,

Os problemas eu resolvo.



Da mesma forma que acima

Tivemos dificuldade,

Ao procurar nossa rima,

Daremos mais propriedade.



Como você pode ver,

As instruções continuam,

Mas o treino não parou,

E com ele todos suam.



Como seria feliz,

Se isto tudo me viesse

Com muita facilidade.;

Mas o que vem, na verdade,

Que simples jóia parece

Exige grande acuidade.



Não vá afastar-se de nós

Só porque titubeamos.;

Não vale a pena chorar,

Quando nós nos enganamos.



Deveríamos calar,

Ante crítico feroz,

Mas iremos enfrentando,

Com um sofrimento atroz.



Se algum poeta viesse

Para observar estes versos,

Falaria, ao que parece:

— “Mas que compassos perversos!...”



Que dor não termos a veia

Dos poetas mais sublimes.;

Esse é o desejo daqueles

Que não jogam nesses times.



Poderíamos rimar

Com “crimes” o verso que acima,

Mas não há “crimes sublimes”:

Isso nunca vai dar rima.



Como é duro labutar,

Forçado por este vezo,

Já que é preciso acabar

Com o vaidoso desejo.



Se a rima não é perfeita,

Que se apresente soante,

E que preencha o versinho,

De modo a não ser frustrante.



Quedaremos mui felizes,

Quando chegar a nossa hora

De dizermos: — “Finalmente,

Já é hora de ir embora...”



Parece custoso, às vezes,

Uma outra folha enfrentar,

Mas, de repente, eis que chega

A hora de terminar.



Arrumamos nossa trouxa,

Vamos pelo mundo afora,

À procura de quem queira

Receber-nos logo agora.



Caminhando pelas trevas,

Surpreendemos muitas vezes

Quem esteja elaborando

Pensamentos mui soezes.



Aí, tentamos orar,

Em proveito desse irmão,

Mas nem sempre conseguimos

Realizar nossa intenção.



São muitos os que arreliam,

Quando percebem que estamos

Rezando uma ave-maria:

Somos folhas nos seus ramos.



Passou a oportunidade

De bela quadra preencher.;

Não faz mal, vamos para outra:

Aquela não vai valer.



Apesar de concluída,

A anterior não progrediu,

Avançando, sobranceira,

No sentido que intuiu.



Escrever por escrever,

Jogando conversa fora,

É bom p’ra desocupado,

Ou p’ra treino como agora.



Saiu-se bem o irmãozinho

Procurando resolver

O problema que se punha:

Era o de ver para crer.



Sempre que nos acontece

De se quebrar o versinho,

Põe-se o médium a contar

Com dedinho após dedinho.



Pois aí está o exemplo

Do que acima lhes dissemos.;

Já lá está nosso irmãozinho:

— Tá, tá, tá, tá, ti, tá, temos!...



Pois é com grande alegria

Que viemos hoje aqui.;

Como de treino tratava:

— Tá, tá, tá, tá, ti, tá, ti...



O recurso imaginado

Só se deu por euforia,

Jamais, em quadra formada,

Alguém isto marcaria.



Por muito que elucubremos,

As trovas são bem capengas.;

Só aguardamos que nos chegue

Quem não queira lengalengas.



Neste dia, vou deixando

Várias recomendações.;

Apesar de alguns percalços,

Conseguimos emoções.



Não queira, bom amiguinho,

Ver nesta nossa poesia

Nada de muito solene,

Nem qualquer patifaria...



Quando for chegada a hora,

Há de ser você avisado.;

Portanto, ponha-se atento,

Não fique desesperado.



As quadrinhas vão surgindo,

O texto está progredindo,

O médium fica sorrindo,

Com seus recursos servindo.



O gerúndio não se presta

Para fazer algo lindo,

A não ser que não se encontre

Um nome que vá servindo.



Eis nosso último arremesso

Deste bom final de dia,

No entanto, não estremeço,

Pois isto não é poesia.



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