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Poesias-->25. ACABRUNHADOS -- 07/08/2003 - 08:24 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Quando o médium estiver

Mui absorto em pensamentos

Irá saber, certamente,

Donde vêm os seus tormentos.



Que raridade de versos

Construímos logo acima:

Vejam só que perfeição,

Quanto ao ritmo e quanto à rima...



Sou exímio na ironia,

Quando trato de mim mesmo.;

Talvez seja estimulante

Esgrimir mesmo que a esmo...



Conhecidos os batutas

Que terão de duelar,

Apartemos suas lutas:

Conjuguem o verbo “amar”.



Naturalmente, outro dia,

Vamos aperfeiçoar

Os pobres versos de agora,

Para lhes dar um novo ar.



Que misteriosa ocorrência

Está para acontecer:

Tratar-se-á de vidência

Ou algo de estarrecer?



Pois, simplesmente, acontece

Que os versos tiveram fim,

Não no dia ou na folha,

Mas nesta página — sim...



Excelente, bom colega,

Perceber que não se afina,

Tendo em vista tão ruim

Ter sido esta sua sina!



Queimaremos o papel

Que não nos tiver servido:

Mais vale um favo de mel

Do que vespeiro atrevido.



São amáveis os bichinhos

Que se deixam dominar,

Não tanto na natureza,

Mas por força de rimar.



Que pena que não tenhamos

Qualquer forte inspiração,

Senão agora estaríamos

Com o coração na mão.



Os rápidos versos surgem

Perfeitos em sua métrica,

São todos de sete sílabas,

Conquanto com rima tétrica...



O médium fica contente,

Quando a rima surge feita.;

Percebe, então, que su’alma

Se sente bem mais perfeita.



Caminharemos sozinho,

À procura de acertar:

É impossível que, um dia,

Não venhamos a rimar...



É sagrado o pensamento

De que tudo irá ter fim,

Pois também o treinamento

Já está quase pronto assim.



Aqueles versos continham

Um bom desenvolvimento,

Contudo, ao chegar a rima,

Houve um esmorecimento.



Querelas são imperdíveis,

Se realizadas co’amor.;

Entretanto, se houver ódio,

Fujamos delas: — “Que horror!”



Que belos os sentimentos

Demonstrados outro dia.;

Em vez de duros tormentos,

Houve mui suave harmonia.



Cada vez que terminamos

Nossas tarefas dum dia,

Sentimos enorme alívio:

Sinal de sabedoria.



Nossos irmãos deste lado

Não sabem o que dizer.;

O mediunato é sagrado:

Só se pode bendizer.



Agora, estamos contentes,

Por já saber que é a hora.;

Vamos ter, forçosamente,

De permitir que vá embora.



São poucos os nossos médiuns

A serviço cá do etéreo.;

A maioria das vezes,

O seu sentimento é aéreo.



Forçamos aquela rima,

Para dar curso à poesia,

Mas esta rima de agora

Não vai trazer agonia.



Conheçamos nossa sina,

Compreendendo à perfeição

Como se faz a engrenagem

Que conduz à encarnação.



Satisfeitos estaremos,

Quando esta festa acabar:

É sinal de que teremos

Outro bem a cultivar.



Nada, no mundo, acontece

Sem nada de sofrimento.;

Entretanto, a nossa prece

Pode evitar o tormento.



Conhecendo o irmão que escreve,

Vamos afirmar convicto

Que não teremos trabalho

Por deixá-lo muito aflicto.



Quermesses e procissões

Se fazem todos os anos,

P’ra suplicar aos irmãos

Que se evitem os enganos.



É rica a veia poética

Dos irmãos do nosso grupo.;

Mas não consegue evitar

Que aqui se ouça muito apupo.



Quando chegar minha vez

De partilhar da poesia,

Pretendo trazer a quadra

Pronta desde um outro dia.



Como faço p’ra evitar

Que as rimas fiquem caducas?

Pois é preciso parar

De ter idéias malucas...



Conheci um bom mineiro

Que pitava todo o dia.;

Ia perdendo a saúde:

Morreu já de pneumonia.



A malária é uma doença

Transmissível por inseto.

O bem que gente promove

Não tem o mesmo trajeto.



Quase estamos conseguindo

Complementar as quadrinhas.;

Quem sabe esteja bem próxima

A vinda das adivinhas.



Forçamos o mais das vezes

Que o verso fique completo,

Inscrevendo, nos dizeres,

Algum sujeito ou objeto.



Adiantar-nos-á insistir,

Bom amigo Wladimir?

Não será maior tormento

Vir dar corda ao pensamento?



Não haverá bom refrão

Ao prolongar a canção,

Já que é doce a melodia

Que se ouve ao final do dia?!



Os versos de par em par

São mais fáceis de fazer,

Pois dá para adivinhar

A rima que irá nascer.



Quando se trata de quadra

Essa expectativa aumenta,

Porque, entre um e outro verso,

A alma fica desatenta.



— “Com certeza!” — está a dizer

Este amigo, conformado,

Pois já aprendeu a fazer

Pelo método quadrado.



— “Que bom seria se agora

Terminasse o meu tormento,

Pois estão a me dizer

Que tudo é no pensamento!”



Eis que nos chega o arremesso

Que nos leva ao fim da linha.;

Seja, pelo menos, esta

Uma excelente quadrinha.



Hoje o dia está perfeito,

Como o amigo adivinhou,

Pois falta bem pouco tempo:

Este exercício acabou...



Quem sabe, em data bem próxima,

Nos visite alguém de peso,

Que saiba trazer sossego:

Hoje o ambiente está teso.



Acabrunhados ficamos,

Ao final de mais um dia,

Sem que tenhamos chegado

A expressar doce alegria.



Bem suave é a melodia

Que nasce no fundo d’alma.;

Por sobre tudo ela paira:

Sobre o mundo leva a palma.



Sem medir as conseqüências,

Caímos no lodaçal.;

É duro sair de lá,

Carregando grande mal.



O nosso último versinho

Afinal será ditado,

Pois não é crível que dê

P’ra sair atormentado...



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