Certo dia, guardei uma folha,
era uma folha pequenina,
que não tinha valor algum.
Por que então guardo?
É apenas uma folha comum,
eu a conservo guardada,
como se fora um presente
que ganhei.
Esta folha caiu em meu braço,
num gesto que tomei
quando estive num abraço.
Ela veio discretamente,
suavemente,
assim muito de leve,
guardei-a na mão,
não quis jogá-la na rua...
Era um folha murcha,
caiu sozinha e,
não vi quaisquer outras.
Veio diretamente para mim,
como se fosse um gesto de carinho
e agora bem guardada,
vai ficar comigo.
Esta folha já foi verde,
já foi viva, já foi linda,
não quis ficar solitária,
na hora de morrer.
Suavemente pousou em meu braço,
num gesto que tomei,
quando estive contigo,
num abraço...
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