Tempo
Sob os ponteiros do sol e da lua, deslizas
Unes vidas em surpreendentes esquinas
Faces que esculpem sonhos intemeratos
Desfazes encontros em rápidas brisas
Abraços que se perdem em labirintos
Cinges corações de cores, dores e amores
Com tuas mãos descerras as algemas da solidão
Desatentos, por vezes, nos encarceramos em ti
Toca-nos, em teus sons febris de vida
Ainda que vacilemos em rotas perdidas
Corpos ondulantes, andarilhos cósmicos
No éter celeste do sempre recomeçar
Viagens na brisa sideral do descobrir
Margeando trilhas desérticas, sombreadas
Beirais onde soluços e sorrisos se derramam
Passas trôpego ou célere, desenhando desejos
Fazendo estrelas despertarem embaraçadas
Iluminando as ruas em loucos murmúrios
Armas tendas, fogueiras coradas de paixão
Desalinhas cenários e paisagens, ilhando-nos
Marinheiros sem mares, em portos inseguros
Teces com longos fios nossos tapetes de vida
Caminhos para a liberdade, onde te construímos...
© Fernanda Guimarães
Em 23.09.00
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