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Artigos-->MARIDOS & AMANTES -- 21/04/2002 - 13:08 (Lílian Maial) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
MARIDOS & AMANTES



Por Lílian Maial





Tenho a nítida impressão, baseada em observação, que há homens que nasceram para maridos e outros, para amantes. Em tese, todo bom marido acabaria se tornando excepcional amante, e vice-versa. Mas a realidade é bem outra. Assim como eles reclamam que a mulher depois que se casa (como se isso fosse objetivo de vida de alguém – ao menos não deveria ser) fica tranqüila e não liga mais para os “sacrifícios” que faziam antes para estarem sempre belas e atraentes – incluam-se aí dietas espartanas, saltos 10, depilações carniceiras, ginástica atropeladora, busca de cosméticos, etc – eles também terminam por acomodarem-se na santidade do lar e já não acham tão necessário os cheiros, a barba tão bem escanhoada, os cuidados com as novidades nas roupas e, principalmente, nas íntimas, as caras e bocas de conquistador, as palavras doces e as mais picantes nas horas certas, o clima de romance, enfim, todo aquele arsenal que ele sabe tão bem utilizar quando quer se chegar.

Pois bem, há aqueles que adoram a vida caseira. Não trocam por nada o sábado no shopping, o cineminha, o lanchinho depois, a TV com pastinhas e Coca-light, o friozinho pra colocar aquela meia de lã e assistir ao futebol deitado ou recostado em sua cadeira cativa. Sentem-se bem com um almoço no Domingo, em família, após a leitura completa do jornal de Domingo, até os classificados. Claro que esquecem naturalmente de passar pela cozinha nas duas horas que antecedem o almoço e na hora seguinte ao seu término. Claro que nem imaginam que a esposa gostaria de outro programa, já que ela sempre se mostrava satisfeita nos últimos 10 anos fazendo aquilo com prazer. Claro que ele a procura com ternura para fazer amor à noite (sempre depois do Fantástico) e quando as crianças estiverem dormindo, não importando muito se ele e ela também estiverem com sono, ou se aquele quarto já não crie mais o velho clima de sensualidade que rolava antes, afinal, fazer amor com ela é sempre bom.

Mas, há aqueles que não servem para essa vida. Aqueles que não conseguem aquietar o facho com o casório e não perdem o jeito galante e conquistador. Pena que esse apenas entre em ação... fora de casa! Sim, porque para sua esposa ele continua sendo aquele maridinho especial, das tardes de Domingo, que compra o franguinho na padaria e traz o pão quentinho para o lanche. Nem imagina a pobre, que se tortura em imaginação para faze-lo ser um garanhão, que ele já cantou as mulheres todas na rua, senão com palavras, com olhares fantasiosos, em seu trajeto de ida e volta. E, ao invés de chegar e arrancar as roupas da madame e levá-la para a alcova, vai para o banheiro ler a revista masculina que acaba de disfarçar por entre as folhas do jornal.

É, a coisa está feia. Homens e mulheres em eterna busca do par ideal. Passam anos e anos juntos, jurando que o outro é exatamente como ele pensa, mas não fazem a mínima idéia do que realmente se passa entre aquelas 4 paredes. Falta de diálogo? Costume? Desamor? Será que o amor acaba com os anos? Será que dá lugar a um sentimento de amizade, mas totalmente (ou quase) assexuado?

Pudessem as esposas ver seus maridos no escritório, ou consultório, ou mesmo nos restaurantes onde almoça durante a semana de trabalho... pudessem os maridos ver suas esposas caseiras como se transformam com os colegas de trabalho, com as idas à escola do filho nos dias em que aquele professor de Educação Física vai recebe-lo, ou nos dias em que simplesmente resolve testar seu poder de fogo na condução...

E por que então esses homens e mulheres têm esse comportamento tão diverso quando a sós e quando distantes dos parceiros?

Quem sabe aquele parceiro não tolha a sensualidade que brota espontaneamente do outro?

Ou, ao contrário, a parceira não perceba ou demonstre perceber o quanto aquele homem pode ser sexy, mesmo acima do peso?

Ou, pior ainda, não falte justamente aquele elogio, aquele presente, aquela gentileza que aflora na presença de estranhos?

Na minha opinião de mulher não tão vivida, mas observadora das reações humanas e, notadamente, nas relações virtuais, é uma mistura de tudo isso, mais a excitação que o novo, o desconhecido, o desafio da conquista exerce sobre nossa natureza de predadores. O homem e a mulher, indistintamente, têm esse instinto de conquista. Infelizmente, ainda em nossa sociedade, isso está muito encoberta na mulher, disfarçado em pequenas coisas, como barganha para conseguir desconto num produto, ou usar da sedução para angariar atenção para algum tópico, ou ainda a fala tagarela e insistente para conseguir o que quer. Mas não se iludam que o fundo e o objetivo são o mesmo para ambos: poder e conquista. É desde criança assim. A criança dá mais valor a quantidade de presentes do que a seu valor individual. Ela quer conquistar a cada novo embrulho... depois todos perdem a graça, exceto aquele pelo qual ela realmente esperou.

Assim somos nós, só que após conquistarmos o que realmente esperamos, brincamos bastante e acabamos por desejar que o brinquedo tivesse mais brilho, ou mais mobilidade, ou pernas mais longas, ou controle-remoto, enfim, amamos o brinquedo, mas o queríamos evoluindo conosco.

Portanto, marido (ou esposa) & amante são parceiros para um casal feliz. E o ideal é que não haja a necessidade de um trio para isso, não é mesmo? Ambos, marido e amante, podem e devem conviver na mesma pessoa. Basta apenas estar atento ao outro e que o outro esteja atento da mesma maneira. Difícil a sintonia? Nem tanto... o primeiro passo talvez seja ambos lerem esse artigo...

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