OBSCURO
O que cala adentro, é tão vil,
Perigoso como o forte vento,
Obscuro contrai o peito,
Chuvas de tormentos,
Silencia no medo.
O escuro interroga,
Sem som na resposta,
Um passo lento,
Contido é o choro,
E volta o silêncio.
Esconde-se nas trevas,
Sem a luz da aurora,
Devorando sem pressa,
Guardando a palavra,
Num gemido se aquieta.
Perdoando sincera,
Volta feliz á toa,
Não mais magoa.
Nasce frágil,
Cresce fugaz,
Adormece em paz.
E o medo vem...
E o medo se vai...
Na pergunta obscura que traz:
O que penso e sinto, é loucura?
Ou loucura, é o mundo que se faz?
Cleide Yamamoto.
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