Fui agora mesmo ver
Neste mês a posição
Dos escritores da Usina
Porque tenho de saber
Qual o peso d atracção
Em que cada um se afina
O Sampaio bem se empina
E o Edmar a seguir
Segue-lhe o rasto a arder
O Cunha levanta a crina
Ao cavalo que quer ir
Sem limite até mais ver
Eu... Fico e estou a ver
A Malubarni que quer
Das voltinhas do cordel
O jeito de aprender
Como pode uma mulher
Andar neste carrossel
O Mário neste papel
Vai em sétimo muito bem
Perspicaz e sereninho
O João c um pé no mel
Digam Vocês onde tem
O João outro pezinho
O Domingos como vinho
Do Porto a envelhecer
De reserva sempre vinga
Maduro em seu cantinho
E quiçá há-de beber
Um dia uma boa pinga
Segue-se-lhe a luz que minga
Nesta altura a função
Em que é Fiúza primaz
Cheio de grande tarimba
Minorou a produção
Mas mesmo assim satisfaz
Lumonê... Luiz capaz
De algumas maravilhas
Sob a pluma prudente
Tem em posto logo atrás
A Ivone... Uma das filhas
Da Usina inteligente
A seguir vem toda a gente
O Ricardo... O Marcelo
A Maria do Socorro
A Isabel... A Cleide
A Georgina paciente
E paro aqui... Senão morro!
Torre da Guia = Portus Calle
IMPORTANTE observar:
Quando cheguei à sextilha que destinei para considerar Daniel Fiúza, a última palavra da sextilha anterior, como se constata, é "pinga". Para encadear a rima, surgiu-me de imediato à ideia o vocábulo "coringa", o qual na minha percepção espontânea é uma carta de jogar a que se atribui o poder de substituir todas as outras.
Óptimo pois... E escrevi:
Segue-se o grande coringa
Da Usina... O Fiúza
Cordelíssimo animador
Mas que nesta altura minga
O verso que tão bem usa
E é exímio fazedor.
Ora, de repente, deu-me para tirar a limpo se o "coringa" era de facto o simpático e sempre benquisto diabrete do baralho de cartas, que quanto a mim é e continua a ser.
Consultei e deparou-se-me isto:
coringa
substantivo masculino
1. - Brasil moço de barcaça
2. - Brasil náutica pequena vela triangular
3. - Brasil pejorativo pessoa feia e raquítica
Como ficaria eu pois exposto ao parecer dos outros quando deveras a minha intenção era boa e até elogiosa. Então, em Cordel, o Daniel Fiúza não é bem capaz, como o coringa no baralho de cartas, de substituir condignamente qualquer um? Como explicaria eu isto depois? Como estou a explicar agora, né? - Só que, no actual decurso, não valeria de nada... O urso empolaria cada vez mais.
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