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Poesias-->NOTURNO -- 31/07/2003 - 21:36 (Nelson Haroldo C Anjos) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
N O T U R N O



Eu sorvo a noite, gota a gota,

com luas candeiando o meu

banquete insono e estrelas

piscando distraídas para

o meu leito insone...

As horas da madrugada,

não as sinto, minuto a minuto

eu as consumo, fico de porre!

Tento transformar a lentidão

do relógio dependurado, mudo...

Cesso os passos, reabro-me

no silencio, a noite em claro,

o meu sono devorado esvai-se

acorrentado pela insônia.

Minguam-se as luas,

apagam-se as estrelas,

a janela, ainda, entreaberta,

range ao canto da aurora.

Ao léu, no chão frio, arfam

rabiscos de versos

revelando unicamente os

meus espelhos incendiados.

Ao tudo, ao nada,

nos meus cigarros acesos,

há pontas de desesperos,

que em brasas, sopram

o impossível calor ao meu leito frio.

Entre a sala e o quarto

o silencio da lamina servil

corta e esconde a sonoridade

do que falo, enquanto,

a noite, nua e crua, escorre

lentamente pelo ralo...



Nhca

Jul/03





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