Houve um tempo em que as mulheres na sociedade tinham uma formação rígida que, deixava muito a desejar o preparo para a vida. O catolicismo na época ditava as regras políticas e sociais em sintonia com a bengala dos senhores de engenho e o poder dos aristocratas.
A educação das jovens não permitia-lhes nada além de um preparo para comandar o lar que futuramente deveriam constituir sob a preconização de um sistema familiar patriarcal. Tinham a reputação balizada pela virgindade e as que não mais fossem virgens, eram imediatamente castigadas pela família e vistas como uma “regra de exceção” pela sociedade o qual que deveria ser evitado o convívio. As que eram herdeiras de famílias aristocráticas e que podiam oferecer dotes às igrejas, eram enviadas aos conventos que funcionavam como maternidades e assim a família era poupada da vergonha. Tinham também aquelas que não tinham a mesma sorte de serem filhas de senhores de engenho ou dos senhores de bengala e quando fugissem à regra geral da “conduta moral” medida pela virgindade, eram enviadas às cidades grandes. Haviam nessa época, casas que acolhiam essas jovens execradas pela família e pela sociedade. Uma dessas casas, veio se tornar conhecida como a casa de Irene. Era um ambiente de acolhimento em que o amor deveria ser prioridade, tanto por parte das que ali residiam por falta de opção, como aos frequentadores do local. Essas jovens eram nutridas de amor que deveria ser doado em troca do resgate da alegria dos assíduos da casa. Nela, eram grandes a rotatividade de amores, de alegrias e tristezas. Nenhum sentimento teria residência fixa na casa de Irene, nem mesmo a alegria, pois tudo era o instante do momento, fosse da própria alegria, ou mesmo do amor.
Hoje, com a tecnologia tem-se à disposição, as redes sociais que democraticamente acolhe a todos sem distinção de qualquer aspecto, seja financeiro ou de etnias. E assim, a casa de Irene deixou de ser real para fazer parte de um mundo virtual extremamente acolhedor e de longo alcance, onde a interação possibilita a recepção por outras nacionalidades e culturas diferentes.