Bom amigo Wladimir,
Não queira saber por que
Esta equipe se apresenta
Mostrando nada querer.
Estamos só convidando
Alguns irmãos deste lado:
— “Se aprocheguem junto à mesa,
Com o seu ar atilado!...”
Queríamos a surpresa,
Deixando-o boquiaberto,
Mas a verdade é que o dia
Não é, p’ra isso, o mais certo.
Quando há necessidade
De traços e correção,
É sinal mui evidente:
Não acertamos a mão.
Que pena que seja assim,
Pois nosso maior desejo
É ver o amigo contente,
Caridoso e benfazejo.
Querido irmão Wladimir,
Não se acanhe de escrever,
Quem sabe, um dia, depois,
Terá de reconhecer
Que tudo o que fez foi bom
Para o espírito crescer.
Vamos elevar o espírito,
Alçá-lo a Nossa Senhora,
A excelsa mãe de Jesus,
Que nos aconselhe agora.
Em boa hora empreendemos
A iniciativa dos versos,
Pois os amigos do etéreo
Tiveram ganhos diversos.
Não vamos forçar, irmão,
O sentido das palavras:
Pode parecer que o grupo
Não está por trás das lavras.
Até que o dia parece
Querer trazer alegria,
Porque já estamos somando
Dez quadrinhas de poesia.
Até parece desplante
O texto que hoje ditamos.;
Mas a verdade é que o dia
Está como desejamos.
Vamos prosseguir um pouco
Tentando rimar uns versos,
Pois o que mais nos assusta
É sentirmo-nos perversos.
Restam-nos algumas linhas
P’ra completar esta folha,
Porém, de novo, enfrentamos
Esta rima que é uma “rolha”.
Eram ditosos os dias:
Nada vínhamos fazer.;
Hoje, é tanta correria,
p’ros amigos atender...
Mas que péssimo hábito é este
De ficar escrevendo à toa.
Não era melhor que tivéssemos
Pão-de-ló e muita água boa?
Não fiquemos complicados,
Não sabendo o que dizer,
Pois, se o hábito se muda,
A gente irá descrever.
É preciso, para isso,
Fazer força, dedicar-se,
Pois não há como ir ao Céu,
Sem noss’alma melhorar-se.
Analisando este dia,
Podemos ter a impressão
De que as coisas não vão bem,
Sem nenhuma perfeição.
Mas a esperança é própria
Que fica ao final do dia,
Pois sempre existe emoção,
Ao renovar a harmonia...
Que péssimo estamos sendo,
Causando preocupação:
O nosso irmão, escrevendo
E nós, forçando-lhe a mão.
Também ele é mui teimoso,
Porquanto espera alcançar
O benefício de, um dia,
Um poeta o visitar.
Que tormento não vai ser,
Ao cabo de vários anos,
Procurar estes papéis
E só encontrar desenganos!...
Pois aquilo que estiver
Ao alcance desta mão,
Não iremos prometer,
Mas haverá salvação.
Triste figura fazemos,
Insistindo linha a linha,
Porque vamos preenchendo
Esta mísera quadrinha!
Até que o tema se esgote,
Ou o médium, ou o grupo,
Continuarei insistindo,
Pois, com versos, não me entupo.
Religiosamente é
O meio de aproximar
O bem que vamos fazer,
Junto ao monte, junto ao mar.
Que tormento para o pobre
A quem pegamos a mão:
Parece que vai perder
Toda esta satisfação.
Terá meu irmão vergonha
De mostrar para um amigo
O que muito aproveitou,
Estando a escrever comigo?
Parece que o ritmo certo
De imprimir força ao papel
Será bem este de agora,
Que não tem sabor de mel.
Vamos seguir imprimindo
Tanta força sobre o lápis:
Quem sabe, um dia, cheguemos
A enfrentar o bom Boi Ápis!...
Que vergonha é este escrito!
Se lhe dissermos quem foi...
Pois o que acima se disse
Avacalhou com meu boi.
Se não consigo dizer
Algo com algum proveito,
Que assim me ria a valer,
Como rude negro no eito...
Atividades maiores
Que podiam ajudar
Já não mais se procrastinam,
Pois é hora de fechar.
Com ter apenas três linhas,
Ainda assim escrevemos,
Desenvolvendo quadrinhas,
Pois do espaço nos valemos.
É hora da despedida,
Quedemos todos a orar,
P’ra que Deus tenha piedade
E venha nos ajudar.
Parece termos juízo,
Expondo a nossa emoção.;
Mas aqui estamos de novo,
Não nos deixem mais na mão!
Se nos ouvirem do além,
Por certo, auxílio teremos:
Não acredite ninguém
Que sozinho quedaremos.
Eis que de mim se aproximam
Irmãos a me socorrer,
Autorizando que diga
Que consolo e amor vou ter.
[Eis que de nós se aproximam
Irmãos a nos socorrerem,
Permitindo que digamos
Que consolo e amor teremos.]
A quadra acima não vale:
Houve precipitação.
Queria dizer um verso,
Outro redigiu o irmão.
De fato aquilo acontece
Quando o ouvido desafina,
Pois o problema da rima
É o maior da nossa sina.
Finalmente, últimos versos
P’ra completar a medida.
Hoje o fracasso foi grande,
Mas bem maior é o da vida!
Ainda bem, meu querido,
Que temos uma outra quadra,
Para demonstrar de vez
Como é que a turma se enquadra.
Você já está bem cansado,
Muito curtido de gripe.;
Vamos deixá-lo aos cuidados
Duma outra ótima equipe.
Parece sempre, ao final,
Que estas rimas acontecem.
Pois, então, caro amiguinho,
Não é verdade que crescem
Os valores e os desejos,
Porque nunca são sobejos?!
Precisamos emendar
Tudo o que acima expusemos,
Para podermos dar ar
De que algum mérito temos.
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