Sentado, fiz ali meu escritório. Não pagava aluguel e as inspirações preenchiam o vazio. O sol iluminava as ideias e os poemas na rima certa chegavam à pessoa certa. O vento acelerava a respiração da paz e a areia massageava os pés que relaxavam ao toque da espuma das ondas do mar que vinham conversar. Os peixes estavam por perto e permitiam que deles me aproximasse para aprender a nadar. E de nado em nado, aproximei do nada à volta que fazia companhia à beira do mar. Porque na presença do mar, bem acompanhado já está aquele que busca a paz natural que a natureza oferece. O barco a navegar na linha entre o mar e o céu infinito, pesca as estrelas em noite de lua. Lua amiga confidente sem dentes nem palavras, sussurra o momento exato da chegada dos cardumes que fazem a alegria do executivo do pescador. Esse executivo do mar, não sofre do mal que grassa a humanidade, mas sofre a dor de ser fisgado pela dor do amor ao mar que agonizando está. A vida lá sucumbe à exploração predatória que subestima a imensidão do universo, mas o pesca dor tenta suavizar o sofrimento do mar, sendo dele seu melhor companheiro.