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Cartas-->PARADOXO DE AFETOS -- 18/12/2002 - 19:26 (Ricardo Oliveira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Querida amiga!

Bom quando temos idéia do sapato que nos aperta. Quando podemos relaxar e tirar os sapatos. Quando podemos colocar as pernas para cima e curtir um pouco uma sensação de liberdade, real. Um pouco de prosa, também faz muito bem...
Deixe-me contar um pouquinho de um dia para você.
Estava caminhando pela calçada e logo em frente ao meu caminho, duas mulheres conversavam. Aquelas conversas de beira de porta. E uma delas, disse: - Bem! Ela me entende direitinho. Basta fazer um sinal com os olhos. Pedir alguma coisa e pronto.
Senti uma pontinha de inveja. Que mundo perfeito seria esse?!
Temos tanta dificuldade em nosso dia a dia. Tanta pressa, tanta falta de comunicação. Tanta falta de alguém para nos ouvir.
Damos valores a tantos pormenores que os pormaiores do dia acabam ficando para trás.
Mas, a sensação de um mundo perfeito, passou num relâmpago. A vizinha fazia apresentação de sua cachorrinha à amiga.
Nada tenho contra bichinhos de qualquer porte. Mas a certeza que as vizinhas se entendiam menos do que ela descrevia se entender com a cachorrinha provocava em mim um paradoxo de afetos .
O que devia ser natural, não era, e a construção de afetos que ela fazia com a cachorrinha, elogios e justificativas tomava uma dimensão mais real aquela relação do que qualquer outra que presenciamos entre nosostros humanos.
Imagine... Sou pai, sou filho. Sou irmão de muitos irmãos e irmãs. Sempre tem lugar para mais um.
Talvez isso provoque em mim este paradoxo. As pessoas elegem uma companhia que ou late, ou mia, ou assovia e pronto. Parecem dar ao mundo uma completude que para mim ele teima em não ter.
Gostei de receber sua carta... de saber de seu momento.
É estranho este mundo virtual também, eu concordo.
Mas, na hora que um gatinho, o cachorrinho, o passarinho conseguir dar sentido às letras e puder, de alguma forma me tocar à distância me darei por vencido.
Fica um abraço agora pelo detalhe que colocou na sua carta.
Nada pior do que ouvir um: isso passa... etecétera e tal...
Melhor é receber um sorriso ainda que eletronicamente produzido.
Aqui atrás desta telinha, lendo com você, está um amigo.

Um abração,
Ricardo Oliveira
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