Memória do lavrado
Quero é meu lavrado verdejante!
Guapo, em prados venci horizontes.
Alazão que bebeu em muitas fontes,
Galopei quixotesco, só e errante!
Mas é a vida uma treda trilha,
Revestida de alfombra ou calhau.
Atores, encenamos bem ou mal
A sorte à vela, sem rumo e sem quilha!
Quero, porém, é meu lavrado, meu!
Quero é sonhar nessa estiagem.;
Meus cabelos, o tempo só comeu...
Quero é me vestir de alazão,
Fagueiro, galopar em vadiagem
No pulsar de meu gaio coração!
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