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Poesias-->13. CRESCEM PENAS ÀS ASAS -- 26/07/2003 - 08:22 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


O médium fica contente,

Quando percebe na folha

Que suas intuições

Não estão presas por rolha.



Rapidamente, escrevemos

O que nos vem à cabeça.;

É preciso que assim seja,

P’ra que o médium não se esqueça.



Saindo da confusão,

Vamos pregar no deserto,

P’ra sentir, dentro do peito,

O coração mais aberto.



— “Fica quieto!” — exclama o pai,

Temeroso que o filhinho

Possa, com grosso alarido,

Acordar seu irmãozinho.



Vemos, na quadrinha acima,

Como é que os termos se ajustam.;

E, se o assunto for criança,

Os pensamentos não custam.



Procuramos caprichar,

Estando aqui ao seu lado,

Porquanto estamos temendo

Que, por falta de cuidado,

Este impulso vá perdendo

Todo o brilho desejado.



O bom e querido médium

Tenta fazer sua parte,

Porém, nós não propendemos,

Pois não sabemos a arte.



Destarte a rima se agrava,

Em seu mínimo conceito.

É que o arremesso de agora

É o que outrora não foi feito.



Limitamos a informar,

Em alguns versos quebrados,

Não termos capacidade,

P’ra deixar acumulados

Vários conjuntos perfeitos,

Ou simples arremedados.



Que vergonha, meu amigo,

Não ter consideração,

Diante de tanta atenção,

Que se tem para comigo!



Se o custo desta poesia

Se estender semana adentro,

Pode ficar satisfeito:

São cheiro-verde e coentro.



Eis que esta primeira folha

Já se encontra despachada.;

Dentro duns poucos instantes,

Outra vai ser alcançada.



São particípios tão fáceis,

Tão simples de se encontrar,

Bem assim infinitivos

Que insistem no som em ar...



Quanta ilusão pegajosa!

Quanto aspérrimo argumento!

Vamos por hoje encerrando

Este pobre atrevimento.



— “Que desperdício de tempo!” —

Estão pensando os que lerem

Estas folhas que se soltam

Sem nunca se preencherem.



Os arrivistas chegaram,

Estão já na ordem do dia,

Talvez consigam fazer —

Melhor do que nós — poesia.



— “Que pena!” — dirão alguns

Que esperavam encontrar

Algo que fosse valioso

Até para publicar.



Mas a doce expectativa

Frustrou-se perante a rima,

Porque, por mais que insistamos,

Nos falha abaixo ou acima.



Cada personalidade

Tem o seu modo de ser,

Quem sabe, um dia, cheguemos

A alguém espairecer.



Contadas as sete sílabas,

Parece tudo andar bem,

Mas, ao dizer o poema,

Não agradamos ninguém.



Se o fluxo destas idéias

Estiver determinado,

Acho que ainda teremos

Algo muito iluminado.



Por toda simplicidade

Das palavras que vicejam,

É que temos p’ra conosco

Quais os que melhor versejam.



Dentro de poucos minutos,

Este treino encerraremos.;

Teremos algum sucesso,

Ou derrota amargaremos?



É esta última a hipótese

Mais certa de acontecer,

Porquanto estamos descrendo

Que consigamos vencer.



Temos ainda três linhas,

Para o término da folha.;

Será que iremos fazer

Aparecer outra bolha?



Outra página se abre,

Cá diante de nossas vistas,

Para novos arremessos

De nossos sutis artistas.



Que excelentes sentimentos

São os de que nos valemos,

Pois, de pronto, percebemos

De que lado vão os ventos.



Perícia e assaz persistência

Não faltam ao amiguinho,

Que fica a nos provocar

Para fazermos versinhos.



São quadrinhas bem singelas,

Feitas sem muito temor

De ofender a quem nos tem

Simpatia e muito amor.



Não queremos estender

Por muito tempo esta fase,

Pois nos parece ter tido

Satisfação... ou bem quase.



O bondoso amigo médium

Não quis deixar outra linha

Permanecer intocada,

E completou a quadrinha.



Nós não tratamos desta última,

Mas da que está logo acima.;

Atrapalhados ficamos

Para arranjar-lhe uma rima.



Estamos desenvolvendo,

Com muita dificuldade,

Um pouquinho de poesia,

Por excesso de vaidade.



Não vá confundir, irmão,

Este que compareceu

Com alguém bem conhecido,

Amigo ou parente seu.



Sou tão-só um bom parceiro,

Com muito boa intenção,

Porque não vou produzir

Algo que receba um não.



Publicação, nem pensar.;

Trata-se só de exercício,

Por isso, fique tranqüilo:

Dê seguimento ao serviço.



Não nos importa se a rima

Não se apresente perfeita,

Por certo, num outro dia,

Teremos a que se ajeita.



A notação dos versinhos

Está ficando sagrada.;

Quem sabe, algum dia, ocorra

De surgir algo do nada.



Antigamente, eu dizia

Várias palavras seguidas.;

Hoje, distante das vidas,

Não produzo mais poesia.



Estou vendo que este amigo

Vai insistir mais um pouco.;

Será que já desconfia

Que de poeta e de louco...



As coisas ficaram pretas:

Não consegui terminar

O que comecei afoito

Dando muito o que pensar.



Agora mesmo acredito

Que haja possibilidade

De se encontrar o caminho

Com maior facilidade.



Basta ir tentando, querido,

Pois na vida é tudo assim.;

Até quem era poeta

Disse “mim” e ouviu “capim”...



Temo que tenha exercido

Algo além de meu direito,

Pois o pobre companheiro

Já sentiu, dentro do peito,

Palpitar-lhe o coração:

— “Será que vai ser agora?

Que pena! Penso que não...”



O rádio está musicando

Linda valsa sertaneja:

São “recuerdos” doutros tempos,

De vida mais benfazeja.



De vez em quando, tentamos

Introduzir outros temas,

Para poder discernir

A extensão destes dilemas.



O rascunho está perfeito.;

Passar a limpo é outra trela.

Quem sabe, um dia, faremos

Brilhar mais alto esta estrela?!...



Ralha conosco o escrevente.;

Exige concentração,

Senão — eis sua ameaça —

Irá deixar-nos na mão.



Brilhante a nossa quadrinha,

Afinal nós acertamos.

A rima estava perfeita:

Eram árvores “e ramos”...



Hemos hoje extrapolado

Os limites que nos demos.

É que não havia jeito:

Se no barco, puxe os remos.



Raramente conseguimos

Ver nosso verso rimar:

Porquanto é quase impossível,

Sem assunto, versejar.



Adeus, caro companheiro,

Fique na paz de seu lar,

Aceite deste parceiro

Um forte e bom abraçar.



Esta vai ser bem a última

Das estrofes deste dia.;

Não se trata de poesia,

Mas de dizer, simplesmente,

Que fiquei muito contente

Co’a produção de alegria.



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