Se bem que ainda não conseguisse desfazer de todo alguns pendores inconscientes que me levam a entrar em espontâneo concurso, creiam, não aprecio em absoluto a impositiva competição humana que, proporcionando o esplendor da vitória lograda por alguém, gera daí a desilusão pela derrota a outrém. Tanto mais se agrava em mim este conceito, quando a competição se estriba em exercícios fictícios cuja finalidade visa exclusivamente a exploração das emoções à ignorância colectiva.
Deduza-se lá o que deveras se pretende como objectivo fulcral com um jogo de futebol que se dispute em face de 60 mil adeptos. Eu deduzo, interrogando: quantos Neros hodiernos se acobertam e amanham subrepticiamente sob o orgasmo mental de um golo?
Pano para mangas... Muito pano para mangas mesmo daria o desenvolvimento deste interessante parâmetro sócio-económico das sociedades actuais. Alusões e conclusões relativizadas, tire-as pois cada um a seu bel-prazer.
Assim, não é competição literária que aqui me atrevo a sugerir, mas venho tão só eventuar um exercício intelectual aprazível segundo o gosto daqueles que porventura aderirem. Aos que acedam e participem na ideia, sem excepção, ilustrarei o melhor possível o respectivo trabalho e fornecerei de seguida a etiqueta-tag que permitirá usá-lo e expô-lo quando bem entenderem.
O que é que proponho pois? Proponho que se glose em sextilhas, sétimas ou décimas, a seguinte quadra-mote: Desde já esclareço que o conjunto da obra que venha a obter-se pertencerá por inteiro e em parte igual a todos que nela participarem, obedecendo a ordem de apresentação a um índice alfabético.
De resto, a participação é simples: basta expor a obra na rúbrica do Cordel. Eu estarei atento, ilustrarei o trabalho e contactarei oportunamente o autor para considerar os eventuais "sins-e-nãos". Se uns aos outros dermos fio Sem sarilho na meada O prémio será o brio De cada um na fiada.
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