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Cordel-->Desafio camoniano (Zéferro x Valdez) -- 26/06/2004 - 12:58 (J Ferreira (ZÉFERRO)) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
VERSOS ESPARSOS
valdez - 11.12.02

I

Vos faço, meus brigões, um desafio...
Se tanto desejais mostrar destreza;
As rimas depurar, compor com brio;
Aos versos conceder maior leveza...
Tereis, meus lusitanos... Ferrofrio...
Ensejo de lhes dar grande pureza.
Construam, demonstrando aptidões,
Estrofes em oitava de Camões.

Às musas já votei fidelidade;
Eternas musas... caras, valerosas.
De Marte recebi a tempestade;
Vulcano me faz rimas trepitosas.
Implora, Zé do Ferro, piedade,
Que surras te darei não clamorosas;
Açoite do meu verso poupará
Os versos teus, vetusto Carcará.

Parceiras na bravura... Cavilosas!
Te cuida, Mestre Ferro, de ciladas;
As musas nos seduzem, por maldosas,
Enquanto no Parnaso deleitadas.
Mas são, por natureza, caprichosas;
Te dão pequenos lumes... se adoradas.
Somente, menestrel, a Liberdade
Conduz ao teu porvir e à Verdade!

Quando um homem se põe fragilizado,
E se entrega total e sem reservas,
Se transforma num ser abestalhado...
Elas deixam de ser as nossas servas
E se tornam nas donas do morgado,
Nos jogando ao lixo, às catervas...
Necessário se faz termos cautelas,
Evitando sofrer nas unhas delas.

Não é sina.. é puro masoquismo,
Pois Amor só empresta, nunca dá;
Panacéia curtida de aluá...
Perigosa porção do feminismo.
Não esqueças jamais do aforismo:
Justifica ficar apaixonado
Quando um dia te sentires derrotado...
Pois Amor é idólatra da forma:
Juventude!... Ferrim, a dura norma
Que o tempo nos deu como legado!



Me criei na caatiga nordestina
Aboiando, fazendo verso puro,
Contemplando a estrela vespertina,
Os sentidos voltados pru futuro.
Me firmei na pletora feminina...
Foi assim que cresci, fiquei maduro:
Muito macho, seguro e garboso,
Como nunca se viu tão orgulhoso!

II

Na terra queimada se elevam rochedos,
Os pássaros cantam tristes emboladas...
Eu canto o Nordeste, revelo segredos
Das suas belezas em lindas toadas;
Canto as matutinhas de suaves bruxedos,
As quengas fagueiras das minhas noitadas.
Eu canto, Ferrim, a musa saudade
Que o peito consola, o peito invade!

Na saia vistosa dos campos tisnados
A flor do cardeiro se mostra faceira,
Se veste de olores feliz cajazeira...
É tempo de festa... batucam reisados,
De toda caatinga espocam trinados.
A brisa alegria, num ensaio geral,
Convoca o Nordeste para o festival...
Formosas pastoras integram lapinhas:
São lindas, mimosas, nossas matutinhas
Louvando Jesus, celebrando o Natal!


DESAFIO REVISITADO
Zéferro, 31/08/2003.

I


Destreza se demonstra com o estro
Soando as canções que d’alma vêm
Rimando, sem mostrar verso canhestro!
Levando a Poesia muito alem
Poeta ou é puro ou é sestro
Mas faz do verso belo o maior bem
Buscando de Camões cantar a rima
Que ele nos inspira lá de cima!

As musas sejam nossa maior lida
Pois nada nem ninguém tão esplendoroso
O Olimpo lhes vestiu de tez garrida
Vulcano deu espírito fogoso
Não cabe implorar tua guarida
Pois sou do bravo clã o mais brioso
Ribombem os taróis, estou arriba,
Pois vou te desancar, oh Paraíba.

Mulheres, eu lhes canto todas loas...
Não temo delas ser o desprezado
Meu verso é só mel, enquanto soas
Com ranço, qual cristel mal aplicado!
Enquanto em meus braços elas voam
Contigo elas soltam triste brado
É livre quem do Amor é o escravo
Eunuco é que prova ácido travo!

O Amor é fraqueza e um dom!
Que importa a inveja que o persegue?
Se não pode libar o que é bom
O suave torpor do corpo entregue
Os gemidos qu’encantam com o som
O arrepio da pele com o esfregue
Da escultura de corpo que inflama...
Eu nasci pra prisão em morna cama!

Sem Masoch, é vero que a dor pode
Dar às vezes prazer se comedida:
A emoção do gozar mais incontida
O abraçar que constringe e sacode
Nosso peito rugir quando explode
O sentir apoiado no Amor
Extasiam mostrando o esplendor
Que conquista fiéis pra vida inteira
Juventude!... Valdez, é tão fugaz!
Sentimento!... Só ele nos dá paz!

Eu bem lembro o sertão da nossa terra
Vaquejadas, cantigas, emboladas
Gado solto, trabalho para a ferra
Pé no chão, as “bilinhas” apostadas
A beleza que o Ceará encerra
Nunca vou esquecer o meu passado
Sou caboclo, bem macho, e alto o digo
Altaneiro, não fujo do perigo!

II

Na roça plantada ficava a esperança
De que logo mais era a vez da fartura
Para o Nordestino só existe a bonança
Se vier o Inverno trazendo a ventura
A vida sofrida não sai da lembrança
Mas o meu amor é a coisa mais pura
Eu canto, Valdez, o amor pela terra
Que guardo no peito, onde o amor a encerra!

Nas leiras, vazantes, no mato roçado,
As plantas bem verdes nos cantam fartura
E em todos os ranchos sorri a ventura
Este ano vai ter, por Deus abençoado,
Comida no prato, e água pr’o gado!
O bom São José escutou nossas preces,
Pois dele jamais o matuto se esquece!
Chegando São João, se acende a fogueira!
E o fogo acende a bochecha faceira
E a chama aqui dentro jamais esmaece!







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