Quando as minhas vozes eram verbadas pela dor...Eu sabia bem o que defendia.
Eu ia pro meio do povo, eu ia pro meio da rua, eu ia pro meio do nada...Eu fazia.
Quantas e quantas vezes reconhecia a miséria, reconhecia os amigos, reconhecia a luta e construia uma vida digna.
Cansei de desvendar icógnitas, por tantas vezes agradecia e morria ao lado de quem me pedia.
As vezes com medo arrumava no sonho coragem pra vencer a covardia.
Agora que o tempo passou, entre tantos mortos e feridos. Eu cá estou, e nem lembro dos amigos. Tão pouco me sinto condoído, quando passa por mim um social mendigo.
Nem a minha voz, nem as minhas mãos unem-se em prol dos novos vencidos.
O que passou, passou.
Se sobrevivi aos tormentos, sou agradecido. Aquela guerra deu-me sentido. Já posso falar,sem ser reprimido.; já posso andar com os meus filhos e mostrar o riso. Só não quero mais outra guerra, prefiro o meu esconderijo. |