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Cordel-->Biografias...1. - Miguel Cervantes -- 26/06/2004 - 08:25 (António Torre da Guia) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Quando pela primeira vez entrei num liceu, por volta dos meus onze anos e pico, passados uns dias o meu professor de Português, Padre Albino, apresentou-me esta eventual foto de Miguel Cervantes, perguntando-me se eu sabia de quem se tratava. Então e espontâneo, convencido que iria acertar em cheio, respondi asneira num ápice: Dom Sebastião!



Passados quase 55 anos, meditando sobre o episódio que memorizei solidamente, constato que, em relação à época, até nem estive demasiadamente asneirento... Pois não, amigo e benquisto Sancho?




GENIAL SOBREVIVENTE

Da vida em seus ofícios
O saco da desventura
É que resguarda dos vícios
A alma da criatura
Permitindo que o talento
Da morte se faça isento
E não desça à sepultura

Como a morte não tem cura
A vida é uma jangada
Permanente e insegura
Sempre mais superlotada
À deriva na corrente
Onde tanta-tanta gente
Desliza sem dar por nada

Dura-dura e assaz penada
Levou Cervantes a vida
Em pedregosa calçada
Entre sonhos sem saída
Atido à triste figura
Da sombra que em vão procura
Ajuízada guarida

Dulcineia a dama ungida
Pelo amor imaginado
Existia enobrecida
Sobre o trono destronado
De um fidalgo cavaleiro
Sem castelo e sem dinheiro
Que não pagava ao criado

Fabuloso e bem contado
Por quem à pele a desgraça
Fez de calo amargurado
O seu escrito ultrapassa
A solidão do deserto
Pra ficar assim tão perto
De cada dia que passa!...

BIOGRAFIA


Os relatos históricos consideram que a vida de Miguel Cervantes foi uma amálgama de desventuras e atribulações, o que terá influenciado para que se tivesse refugiado na literatura, quiçá único território onde porventura logrou ser feliz.

Nasceu em 1547 em Alcalá de Henares e passou a maior parte da sua mocidade entre Madrid, Valladolid e Sevilha. Aos 24 anos alistou-se nas hostes de Filipe II, tendo sido ferido numa escaramuça contra os turcos. Capturado por piratas argelinos, foi vendido como escravo ao rei de Argel, ao qual serviu durante 12 anos.

Regressou a Espanha em 1587 e desde logo tentou, mas sem êxito, impor-se através da produção literária, o que obrigá-lo-ia a viver dos mais diversos expedientes.

A sua sorte deu sinal de querer mudar quando foi nomeado corsário real, missão que o encarregou de colectar azeite e cereais a favor da constituição da Invencível Armada, a gigantesca esquadra marítima que o rei criou com vista a conquistar a Inglaterra.

Entretanto o infortúnio voltou a apoquentá-lo de novo em 1592, tendo-se deixado enganar por companheiros fraudulentos. Por não ter conhecimentos de matemática com que deslindasse o imbróglio contabilístico de que era principal responsável, seria preso e acusado de roubo.

Desencantado, dedicou-se então integralmente aos livros, a sua verdadeira obsessão. Todavia, o primeiro grande sucesso que a sua obra "Dom Quixote" alcançou em 1605, foi ensombrado pela falsificação do seu celebrizado escrito, feita por um tal Alonso Fernandéz Avellaneda, o que originou que só dez anos mais tarde o grande escritor publicasse a segunda parte da saga quixotesca.

Miguel Cervantes, como tantos outros vultos da literatura, morreu em 1616, então com 68 anos, abandonado e totalmente ignorado.

Torre da Guia = Portus Calle

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