Nosso amigo diz que tem
Toda a paciência do mundo,
Mas, na hora de mostrar,
[Espera-nos só um segundo.]
Quem dera desenvolver
O que de Deus recebi
Talvez viesse a ficar
[Um reizinho por aqui.]
Este dia está propício
Para tercetos somente,
Frases soltas, sem rimar:
[Problemas para o escrevente...]
Mais um dia que se vai
Sem que esta Terra caísse.;
Será sempre desse jeito
[Pois quem diria se visse?]
Vamos orientando o irmão,
Nesta fase de exercícios.;
Quem sabe já chega um dia
[Sem que existam sacrifícios.]
Pela manhã, nasce o Sol.;
Vem a Lua, noite e dia.;
A que horas irá chegar
[O resplendor da poesia?]
Parece estarmos perdidos,
Escrevendo estes tercetos,
Mas a verdade é que assim
[É que estes treinos são feitos.]
Um ótimo treinamento
Será completar as quadras,
Com bastante inteligência
[Sendo originais as lavras.]
Carinhoso, este irmãozinho
Bem prossegue, imperturbável.;
Ele sabe, com certeza,
[Ser o defeito sanável.]
Até agora nós viemos
Seguros e confiantes,
Será que ainda teremos
[Força e luz descabrestantes?]
Pode ser que não compreendam
O que vem acontecendo.;
Apesar disso, porém,
[Os versinhos vão crescendo.]
Querido irmão escrevente,
Não vá se iludir conosco
Pois estamos tão-somente
[Oferecendo-lhe enrosco.]
A rima mais coruscante
Para o bom Cristo—Jesus,
Será certamente aquela
[Que se resplende de] luz.
Não resistimos, querido,
À tentação de citar
A palavra que entrevemos
Como a mais elementar.
A turma que ora desfila,
Tentando as rimas fixar,
A mesma não é que outrora
Deixou o posto vagar.
Agora, quem somos nós
Não lhe devemos dizer.
Você haverá de passar
Muito tempo sem saber.
Conhecidos como irmãos,
Assim queremos quedar,
Portanto, bom amiguinho,
Nada fique a imaginar.
Outra solução p’ro caso
Encontraremos por certo,
No entanto, será preciso
Que não banque muito esperto.
A jornada de ontem trouxe
Bastante satisfação,
P’ro grupo que começou
A levá-lo pela mão.
O contraste que se viu
Ocorreu entre as equipes,
Pois aquela que saiu
Estava bastante triste.
Que comportamento feio
Este de aqui vir treinar,
Sem ter nada preparado
Para agora apresentar...
Falamos de boca cheia,
Prontos para pespegar
Um pouco de novidade,
[Sem fugir do verbo amar.]
Quando alva manhã vier,
Trazendo doce harmonia,
É sinal que alcançaremos
Um alegre fim de dia.
Por que há de ser importante
Ficar a escrever a esmo?
É que é preciso treinar
[Tendo por norma isso mesmo.]
Quem me dera eu já pudesse
Prever os termos finais,
Assim podia trazer.
Pelo menos, sons iguais.
Diz mui alegre o escrevente
Que a tal rima só acontece,
Enquanto está bem presente
[O arcabouço que se tece.]
Que bela demonstração
Nós vamos proporcionar
A quem, com tanta atenção,
Vem beleza e amor buscar!
Sabemos que pouco temos
Produzido p’ra agradar.
Apesar de tudo, vamos
[Respirando deste ar.]
Realmente, noutro dia,
Não conseguimos falar:
Estaríamos tão frios
[Que achamos melhor calar?]
Já que se agita a memória,
Parece que a coisa vai.;
O resultado é bisonho:
Esta poesia não sai...
Queridos amigos meus,
Não fiquem desanimados
Que os processos todos têm
De serem realizados.
Mui raramente os amigos
Que partilham desta mesa
Tiveram algum traquejo
Dessa inspiração acesa.
Caso houver burilamento,
Talvez algumas quadrinhas
Possam ser aproveitadas,
[Com rimas talvez das minhas...]
Queremos dizer com isso
Que nem tudo está perdido.;
Por exemplo, o nosso amigo
Parece ter progredido.
Fazendo carinha triste,
Vamos deixar nosso posto,
Pois mais um dia perdido
É para nos dar desgosto.
Entretanto, o nosso irmão
Nos diz que rejubilemos,
Pois de tudo o que sobrou
Algo de bom escrevemos.
Está ele amolecido
De tanto escrever à toa,
Pois até tortos rabiscos
Lhe parecem coisa boa.
Não seja precipitado:
Demonstremos calma, irmão,
Pois qualquer dia teremos
Algo bom no coração.
Não parece que estejamos
A trazer algo do além,
Pois o que fica grafado
Pode bem ser dito aquém.
Este pequeno refrão
Vai mostrar bem que entendemos
Que isto tudo que escrevemos
Carece de outra demão.
Passar a limpo é preciso:
Talvez venha a estar aí
O segredo de atender
Este grupo que está aqui.
É bem fraco o desempenho,
Pelo tipo destas rondas:
Parece que o mar sufoca,
Quando não rolam mais ondas.
Perfizemos o total
Que havíamos planejado,
Um dia mais e teremos
Algo p’ra ser cotejado
Co’a produção semanal
Que agora ficou de lado.
Parece que quando entorta
A folha, fica melhor
A poesia que escrevemos:
Veja esse exemplo anterior.
Carinhosamente, vamos
Despedindo-nos do amigo,
Prometendo retornar
De novo para este abrigo.
O nosso querido irmão
Tenta ainda uma outra vez,
Na esperança de encontrar
Quem cá lhe traga altivez.
Sonhando com outro dia,
Em que será mais feliz,
Vamos deixar o irmãozinho,
Cuidando de seu nariz.
Muito estranho iria ser
Se, ao doce correr da pena,
Conseguíssemos escrever
Algo bom, que valha a pena.
Não vamos decepcioná-lo
Deixando de prosseguir,
Mas é o último arremesso.
(Good bye, bom Wladimir!)
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