Campinas (SP), dezembro de 2002.
Caros amigos:
A deputada Esther Grossi, do Partido dos Trabalhadores (PT), ao voltar recentemente de Cuba, onde se entrevistou com Fidel Castro, disse que este virá ao Brasil para a tomada de posse do novo presidente, Sr. Luiz Inácio Lula da Silva, em 1o. de janeiro de 2003.
Em vista disso, acabo de enviar ao presidente eleito uma carta narrando o drama familiar que me afeta e pedindo sua alta intervenção para encontrar uma pronta solução. CartaCompleta (EmPortuguês) (EnEspañol) (InEnglish)
Como já tive ocasião de manifestar-lhes em mensagem anterior MensajeAnterior,sou um físico cubano de 31 anos, que atualmente cursa um pós-doutorado na Universidade de Campinas (Unicamp), no estado de São Paulo. Tenho um filho em Cuba, Juan Paolo López Fiallo, de quase 4 anos, a quem não conheço ainda porque o governo cubano me proíbe. Transcorrerá assim um novo Natal sem que possa abraçar e beijar pela primera vez meu filho, em uma separação que é a mais cruel humilhação que se pode infligir a um pai.
Na carta ao Sr. Lula incluo os principais antecedentes do problema que me afeta, e me permito recordar-lhe que é também uma tragédia que afeta a milhões de meus compatriotas.
Com efeito, Cuba é o único país do Hemisfério que proíbe a seus cidadãos entrar e sair livremente de sua própria Pátria, configurando-se assim uma situação incompreensível, inumana e degradante, frontalmente violadora do art. 13 (2) da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que expressa que "toda pessoa tem direito a sair de qualquer país, inclusive do próprio, e a regressar a seu país".
Em minha carta ao Sr. Lula menciono que há poucos dias atrás uma figura de destaque em Cuba, o historiador e membro da Assembléia Nacional do Poder Popular, Eusebio Leal, ao término de sua conferência "Identidad y nación en Cuba", pronunciada na XVI Feira Internacional do Livro, em Guadalajara, México, teve que admitir que essa situação de injustiça, além de inexplicável, é insustentável.
Me anima a firme esperança de que o presidente eleito do Brasil encontre uma oportunidade para manifestar-se ante o presidente cubano ou, no caso deste cancelar sua viagem, ao chefe da delegação do meu país, em prol de uma solução favorável não só para meu drama pessoal -poder entrar temporariamente em Cuba para conhecer meu filhinho Juan Paolo, e retornar livremente ao Brasil- mas para o de milhões de meus compatriotas.
Também me permiti recordar na carta que no próximo 21 de janeiro cumpre-se o 5o. aniversário da visita de S.S. João Paulo II à Cuba, durante a qual o Papa manifestou o firme desejo de que Cuba abra-se ao mundo. Com suas altas gestões, o Sr. Luiz Inácio Lula da Silva poderá contribuir de maneira decisiva para que se concretize finalmente esse desejo papal, compartilhado e esperado por todos os homens de boa vontade no mundo inteiro.
Amigos, peço-lhes que, se crêem oportuno, enviem um e-mail ao Sr. Lula solicitando-lhe que intervenha a meu favor. Anticipadamente lhes agradeço. Podem clicar no link abaixo, donde se abrirá uma nova mensagem com um texto breve, optativo, que os senhores poderão modificar. Convém que acrescentem o nome daqueles que aderirem à mensagem e a cidade de onde escrevem.
PresidenteLula:AjudeAoFísicoCubano
Desejando-lhes a todos as mais felizes Festas de Natal e Ano Novo, despede-se com um abraço,
Dr. Juan López Linares
LMBT, DFMC, I. de Física G.W., UNICAMP
CEP 13083-970 Campinas, SP
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