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Artigos-->COMEMORANDO OS 30 ANOS DO MALG -- 20/06/2017 - 14:39 (LUIZ CARLOS LESSA VINHOLES) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

“O futuro é constituído pela juventude, não pela senilidade”. Denise Veras



COMEMORANDO OS 30 ANOS DO MALG



L. C. Vinholes



Em maio de 2016, o Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo (Malg) iniciou as comemorações dos 30 anos de sua fundação com um programa de eventos e exposições resultante das experiências e ideias da diretora da instituição Juliana Corrêa Hermes Angeli e do diretor-adjunto Lauer Alves Nuno dos Santos, bem como da dedicação e competência dos curadores e técnicos, todos pertencendo ao corpo docente da Universidade Federal de Pelotas. No âmbito da programação foi comemorado também o centenário do nascimento de Leopoldo Gotuzzo (1887-1983), inicialmente patrono da Escola de Belas Artes (1949), à qual doou significativo número dos seus trabalhos, primeiro em 1955, quando ali foi criado o salão de arte com seu nome, e depois, post mortem, em 1983, três anos antes da referida universidade acolher suas obras e criar o museu que ganhou seu nome. Eventos e exposições Com o objetivo de atender aos interesses de estudantes, profissionais das artes plásticas e do público em geral, teve curso um ciclo de palestras sobre os temas: O ateliê de conservação e restauro da Universidade Federal de Pelotas e suas ações preservacionistas na década de 1980, pela professora Cláudia Fontoura Lacerda; Nos bastidores do Malg: ações de preservação e comunicação do acervo, pelo restaurador Fábio Galli e pela museóloga Joana Soster Lizott, da equipe do museu; A crítica de arte de Nelson Abott de Freitas nos anos 80 em Pelotas, pela professora Ursula Rosa da Silva, diretora do Centro de Artes da mesma universidade; e Cartografia da arte em Pelotas: de um perfil acadêmico à modernidade, abordada pela professora Carmen Regina Bauer Diniz, presidente da Sociedade Amigos do Museu. Atendendo à oportuna proposta da diretora do Malg, foi produzido material didático-pedagógico elaborado pelas professoras Carolina Corrêa Rochefort e Caroline Bonilha, constituindo-se de sete lâminas de tamanho A4, bem como de um baralho de quatorze pares de cartas. Tanto as lâminas quanto o baralho trazem reproduções coloridas de obras representativas das sete coleções do acervo do museu e, no verso, informações técnicas, históricas e biográficas. O projeto deste material contou com o apoio da Sociedade Amigos do Malg e da Prefeitura Municipal de Pelotas. Cumprindo o programa de comemorações do trigéssimo aniversário do Malg, em 2016, foram realizadas as exposições a seguir elencadas. a) Memórias de Leopoldo Gotuzzo 1909-1918, de 17 de março a 01 de maio, tendo como curadora Joana Lizott. Do material impresso distribuído na ocasião, depois de informações e de exibir elementos iconográficos que permitem “lembrar uma época”, consta um desafio para quem deseja continuar a pesquisar e conhecer, mais detalhadamente, a vida do patrono do museu, quando pergunta: “Quem são todas as pessoas das fotografias, por quais locais o pintor passou, por que ficou na Europa durante um conflito tão sério quanto a Primeira Guerra Mundial, como ele reagiu aos novos movimentos artísticos – como o dadaismo, por exemplo?”. b) No período de 18 de maio a 10 de julho, foram inauguradas as mostras Gotuzzo Revisitado e Mudanças, este é o nosso lugar. Daquela, “a primeira das quatro grandes exposições” que celebram “o trigésimo aniversário do Malg”,  encarregou-se o Núcleo de Curadoria do Malg que tem como membros “Lauer dos Santos,  presidente do núcleo; Juliana Angeli; José Luiz de Pellegrin; Carmen Regina Diniz; Carolina Rochefort e Caroline Bonilha; e Giorgio Ronna, secretário de cultura da Prefeitura de Pelotas”, selecionando obras dos artistas Anna Paula Maich, André Verzon, Adriani Araujo, Arlinda Nunes, Duda Gonçalves, Fernando Duval, Graça Marquez, Harly Couto, Helena Pinto Ferreira, Helena Sacco, Janaína Schvambach, Junior Asnoum, Lenir de Miranda, Mário Röhnelt, Nádia Sena, Vivian Herzog e Zeca Nogueira.Da segunda mostra, com trabalhos de André Verzon, foi curador Francisco Dalcol, jornalista, crítico de arte, pesquisador e doutorando no Programa de Pós-Graduação em Poéticas Visuais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Release distribuído à imprensa esclarece que Mudanças, este é o nosso lugar “é uma exposição que se concentra nos trabalhos em fotografia” e “revisita um momento pregresso de sua produção, sobretudo a primeira década dos anos 2000, situando uma pesquisa poética que posteriormente se aprofundaria em uma quase-simbiose entre corpo e matéria, pele e tapume”. Informa ainda que “a mostra reúne cerca de 25 obras de fotografia e é a primeira vez que um recorte curadorial de sua produção é apresentado assim”. Em caprichado mini-catálogo de novembro de 2015, com comentários assinados por Vitor André Rolim de Mesquita, Mônica Zielinsky, Paula Ramos e Gilberto Habib Oliveira, distribuído durante a mostra de André Verzon, lê-se também que ele é filho de Porto Alegre (1976), bacharel em Artes Visuais e especializado em Gestão e Políticas Culturais”, desenvolvendo “atividade como curador e gestor cultural, dedica-se ao estudo dos conceitos de lugar na construção poética dos seus trabalhos. Diante de sua forma de olhar e perceber a arte como atributo social, atua regularmente no sistema de arte local, tendo sido diretor do Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul, presidente da Associação Riograndense de Artes Plásticas Francisco Lisboa e colaborador, também, no Conselho Estadual de Cultura, Fundo Municipal de Produção Artística de Porto Alegre, Colegiado Nacional de Artes Visuais e Santander Cultural”. O curador Dalcol comenta que “nos trabalhos de Verzon, os tapumes encravados nas cidades funcionam como uma moldura do olhar” e continua afirmando que “por sua condição temporalmente transitória, o tapume funciona nas fotografias do artista como um dispositivo que opera visualmente questões simbólicas envolvendo noções de espaço e território, memória e pertencimento, sujeito e coletividade”. Dalcol complemente sua análise registrando que as fotografias de Vezon “são imagens que instigam a pensarmos sobre a percepção que temos do nosso lugar, tanto o lugar de que fazemos parte quanto aquele que nos possui”.



d) As exposições intituladas Leopoldo Gotuzzo: outros acervos e Sob o olhar do colecionador: Coleção Vinholes, com curadoria, respectivamente, de Carmen Diniz e José Luiz Pellegrin, foram inauguradas em 17 de setembro ficando abertas à visitação pública até 23 de outubro. Na primeira, foram exibidas 75 obras - 47 óleos e 28 desenhos -, do patrono do museu, pertencentes à coleções particulares, obras até então, distantes do público, apreciadas exclusivamente pelos seus colecionadores e respectivos círculos de amigos. Na segunda, uma seleção de ukiyo-e, xilogravuras japonesas do século XIX, de cerâmicas dos séculos XVIII e XIX dos estilos Imari, Nabeshima e Nippon, lacas, xilogravuras, gravuras em metal e serigrafias de artistas brasileiros, ocidentais e asiáticos. f) A mostra As 7 coleções do Malg, inaugurada em 23 de julho, ficou aberta à visitação pública até 4 de setembro, exibindo pela primeira vez, amostras de obras que fazem parte das suas coleções, a saber: Leopoldo Gottuzo, com acervo de “cerca de 700 peças entre pinturas a óleo, desenhos, móveis, objetos, livros, fotografias, cartas e documentos doadas pelo artista”; Escola de Belas Artes, constituída por obras de aluno(a)s da escola premiado(a)s ao término de cada ano letivo; Faustino Trapaga, com obras dos séculos XIX e XX, de artistas europeus, doadas por Berthilde Trapaga e Carmem Simões; João Gomes de Mello, com doações do seu patrono; Séculos XX e Século XXI, com doações individuais de artistas locais ou que tenham exposto no museu ou em Pelotas; e L. C. Vinholes, com gravuras, óleos, esculturas, cerâmicas, mapas e lacas de artistas ocidentais e asiáticos. A curadoria desta mostra esteve a cargo dos membros do Núcleo de Curadoria do Malg e contou com apoio da equipe formada por Fabio Galli, Joana Lizott, Consuelo Sinotti Rocha, Sergio Costa, Roberta Trierweiler e Denoir Oliveira. Chamaram a atenção os retratos de Nicolau Caputo e Andreana Carrazone Caputo, doação de Maria Ignez Caputo e Vânia Pedrotti, de autoria do comerciante, fotógrafo e pintor italiano Frederico Trebbi (1837-1928), professor de Gotuzzo e de Marina de Moraes Pires, mentora e fundadora da citada Escola de Belas Artes, em 18 de março de 1949, ano no qual Gotuzzo doou a primeira obra à escola, o óleo A Espanola. Em 2017, as comemorações da passagem dos 30 anos da fundação do Malg e do Centenário do nascimento de Leopoldo Gotuzzo foram concluídas com dois eventos registrados a seguir. g) Desenhos de Leopoldo Gotuzzo: mares, rios e lagos, do acervo do Malg, com curadoria do diretor-adjunto Lauer dos Santos, de 19 de janeiro a 25 e março de 2017. Esta mostra ocupou duas das três salas do museu. Na sala que homenageia a incansável e icônica artista e empreendedora Marina de Moraes Pires, foram reunidas obras que tem como tema ambientes nos quais, visualmente, as águas têm papel preponderante. Em reportagem sobre a mostra consta que, generalizando, “a proposta das águas relaciona-se com o momento atual no qual as pessoas, depois de largar esgoto e poluir grandes áreas, estão voltando o olhar para as belezas naturais” e, pontuando, afirma “É o caso das praias do Laranjal”, praias que molduram a Lagoa dos Patos, a apenas 11 km do centro de Pelotas. Esta válida observação crítica continua quando registra que “também no âmbito local tem-se o Arroio Pelotas e o Canal São Gonçalo que, somente agora, estão recebendo uma maior valorização”. Este último curso d´água, uma via fluvial brasileira, interliga a acima citada lagoa à Lagoa Mirim. Da mostra de 48 obras figuraram quatro óleos de Leopolo Gotuzzo, três intitulados As Pirâmides, Moinho do Rio Este, ambos de 1929, e Rancho da Tia Domingas (1930); e Navios em Batalha (1857) “uma das obras mais antigas do acervo” do Malg, de Antoine Alexandre Auguste Fremy (1816-1885) “feita em grafite sobre papel”. Foram exibidas também cinco peças de Cerâmica Nippon, com coloridas paisagens lacustres, cerâmica produzida no período de 1891 a 1921. Na segunda sala, a que leva o nome de Luciana Araujo Renke Reis que, segundo Clarice Rego Magalhães, foi aluna da segunda turma, professora e co-fundadora da Escola de Belas Artes, figuraram desenhos de autoria do patrono do Malg, despertando curiosidade uma série de quatro cabeças produzidas “durante a estada de Gotuzzo em Roma”, apresentando “traços escuros e um volume sólido, abusando do jogo de luz e sombra”; bem como desenhos de “familiares do artista, incluindo suas irmãs Zaira e Dóra”, os pais, o irmão e um auto-retrato. Nesta mostra chamou a atenção dos visitantes a diversidade de técnicas e material utilizados: óleo sobre tela, s/compensado, s/madeira, s/cartão; óleo e pastel oleoso s/papel; lápis s/papel; grafite s/papel; acrílico s/tela, s/compensado; serigrafia; tinta s/papel artesanal; água tinta e água forte s/papel; pena s/papel; xilogravura, gravura; e técnica mista. h) Inauguada em 8 de abril e aberta ao público até 4 de junho de 2017, a exposição A trajetória do Museu e a coleção Leopoldo Gotuzzo, tendo como curadores Carmen Regina Bauer, José Luiz Pellegrin e Raquel Santos Schwonke, encerrou com “chave de ouro” as comemorações das duas datas festivas: Os 30 anos do Malg e o centenário de nascimento do seu patrono. Foram exibidas 60 pinturas, 15 desenhos, 18 croquis, 7 peças do mobiliário e objetos pessoais que pertenceram ao artista: malas, material de pintura, medalhas ganhas em salões de arte dos quais participou. Folheto distribuído por ocasião desta mostra traz informações detalhadas sobre o histórico da criação e implantação do museu, assinadas pelos três curadores, bem como precisa cronologia do artista e fotos dos três prédios que, alugados, serviram de sede do museu de novembro de 1986 a fevereiro de 1992, de abril de 1992 a fevereiro de 2003 e de março de 2003 até o presente, os primeiros 30 anos de sua existência. Outro folheto, com texto assinado pelo artista e professor José Pellegrin permitiu ao leitor conhecer o clima reinante no Brasil dos anos 80 e 90, do século passado, assim como a maneira como o Malg se inseriu no ambiente da época, quais foram suas parcerias e qual o papel que, pouco a pouco, passou a desempenhar, mediante atividades artísticas, educativas e de formação, viabilizando acesso à arte e à cultura para pelotenses e riograndenses. Em 25 de abril, no período desta exposição, foi realizada seção especial “para professores e visita mediada”, guiada pelos citados curadores. Uma das salas do museu abrigou farta documentação, tais como catálogos, folhetos, fotografias, livros e convites que registraram as atividades desenvolvidas pelo Malg nas três décadas de sua existência. Grande parte deste material forrou as paredes de cima abaixo, como que singular mosaico. Não pode deixar de ser lembrado o papel da imprensa na divulgação dos eventos acima, fazendo chegar ao público de Pelotas e de sua região, informações que enriquecem o conhecimento que cada um tem a respeito do Malg, de suas atividades e da vida e obra de seu patrono. O Diário Popular publicou as reportagens Sete faces de um museu e Pelo olhar deles, por Ana Cláudia Dias (25.07 e 22.09.2016), Das marinhas aos retratos (25.01.2017) e Duplo aniversário (08.04.2017), por Max Cirne, todas elas com sugestivo material iconográfico. O Jornal Tradição Regional, também de Pelotas, na seção Cultura e Turismo (01.10.2016), publica Gotuzzo e Vinholes: conheça as duas exposições abertas no Malg, em Pelotas. Some-se a estas fontes de informação a sempre atual e dinâmica página do Malg: www.facebook.com/pg/museuleopoldogotuzzo. Acrescente-se aqui a presença constante e discreta do fotógrafo Daniel Moura, bacharel em Artes Visuais, bolsista do curso de licenciatura nesta mesma matéria, documentando os diversos eventos que acontecem no Malg. Finalmente, vale registrar que as comemorações dos 30 anos do Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo, chegaram ao conhecimento de artistas e empresários de arte de Brasília, chamando a atenção sobre o histórico do museu, sua ligação com o Centro de Artes da Universidade Federal de Pelotas, sobre a direção e seu corpo técnico e sobre o pragmatismo das atividades que sistematicamente desenvolve com cursos, eventos e exposições periódicas, exibindo o farto material das sete coleções do seu rico acervo. Doações de artistas e empresários de Brasília Motivados pelas informações recebidas, artistas e empresários de Brasília aceitaram ver seus nomes ligados ao Malg, mediante doação de obras sobre sua guarda ou por eles assinadas. Inicialmente, o conhecido marchant, leiloeiro de arte e proprietário da Galeria Celso Abrano ofereceu duas obras homônimas do artista baiano Rubem Valetim (1922-1991), intituladas Emblema Serigráfico, de 1974, cópias 117/118 e 131/150, com seus símbolos geométricos caraterísticos da emblemática das religiões de matriz africana, entregues ao museu em setembro de 2016. As doações que se seguiram e que, desde abril de 2017, se encontram no Malg são: dois bicos de pena de Odilla Mestriner (1920-2009), de 1974, oferecidos pelo Escritório de Arte Pascoal Amoroso; uma litografia de 1976, da série Metamorfose I, da artista plástica greco brasileira Gretta Safarty, pelo curador Bruno Zenóbio, proprietário do Escritório de Arte Ars Gratia Artis; a gravura em metal Dualidade, de Joana Passos; outra intitulada Nas profundezas do oceano, de 1977, de Lêda Watson, uma das 33 obras da artista que figuraram da mostra individual realizada na Biblioteca Nacional do Canadá, de 4 a 31 de agosto de 1988, mostra que se tornou itinerante, percorrendo aquele país de outubro de 1989 a abril de 1991. Esta obra fará companhia àquela sugestivamente chamada Momentos de amor, de 1988, também exibida nas mostras do Canadá e que, desde abril de 2012, pertence ao acervo do Malg. Formada em Artes Plásticas pela Escola Nacional de Belas-Artes do Rio de Janeiro, Lêda frequentou a École de Beaux-Arts de Paris e, por mais de 3 anos, o atelier de Friedlander, na capital francesa. Especialmente apreciada foi a generosa decisão tomada pela colecionadora e gravurista Helena Lopes que, durante décadas, ao lado de sua farta e variada produção artística, empenhou-se na divulgação da obra de outros gravuristas, disponibilizando seus trabalhos na banca que manteve na prestigiada Feira de Artes e Antiguidades do Centro Comercial Gilberto Salomão e da Casa Park, de Brasília. Dos artistas que dela participaram, o Malg recebeu 36 serigrafias e gravuras em metal de 15 gravuristas: uma de Anna Letycia; Kazuo Wakabayashi; Fonthor; Ernesto Bonato; do paulistano Ozéa Duarte ou Ozi, líder da arte urbana brasileira; do paraibano Raul Córdula e da estadunidense Lucia Bromberg; duas de Fernando Ribeiro; três do paulista de Itararé Armando Merege; de Braz Marinho; Guto Lucaz; de Antônio Batista de Souza (1925-2010), o Antonio Poteiro, português do Minho que terminou seus dias em Goiânia, GO; quatro de Glauco Menta; Armando Florion; e sete do mineiro de Machacalis, Luiz Martins. Onze trabalhos assinados por Helena Lopes completam sua doação ao Malg: oito sem título, pertencendo à série Desejo de Potência, exibidas pela primeira vez na Casa Thomas Jefferson, em Brasília, em abril de 2015; duas outras também sem título, um delas da Série Azul, e, finalmente, a impactante gravura sobre metal intitulada Por que Eldorado dos Carajás?. Helena Lopes, natural de São Paulo, mudou-se para Brasília em 1973, formou-se em Artes Plásticas pela Universidade de Brasília, dedicou-se ao magistério na Faculdade Dulcina de Moraes e desenvolveu pesquisa subsidiada pelo CNPq sobre o tema Cerrado: Fonte Geradora de Imagens em Gravura em Metal 1986/1990. Nos últimos 20 anos ela mantém em funcionamento o Atelier Revisão da Gravura e organiza eventos coletivos dos quais participam artistas de todo o país, ministrando cursos de teoria, técnica e gravura. Além das exposições que realiza regularmente no Brasil, merecem menção a mostra individual no Instituto Brasil-Itália, Ibrit, em Milão (1997), as mostras coletivas em Colchester-Inglaterra (2005), Lisboa, Helsinki e Paris (2011) e na Bienal de Arte Contemporânea da Europa e América Latina, no Porto-Portugal (2012). Desde 2013, Helena dedica-se à experimentação de materiais não convencionais em suas pinturas, desenvolvendo novas técnicas e produzido obras que comprovam a pluralidade de suas ideias e habilidades. Nos próximos anos Cumprida com êxito a programação comemorativa aos dois eventos registrados neste texto, o 30º Aniversário do Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo e o Centenário do Nascimento do seu patrono, abre-se um futuro repleto de oportunidades e desafios que certamente conta com objetivos definidos em prol do Malg e da comunidade que lhe dá abrigo. O mais sonhado, uma das metas de maior significado é, sem dúvida, a busca de uma sede própria que viabilize exposições permanentes de obras do patrono; de exposições de longa duração com trabalhos pertencente ao rico acervo da instituição; exposições mediante intercâmbio com museus-parceiros; e de exposições que facultem os primeiros contatos de artistas emergentes com o público e a crítica; eventos estes que se constituirão em atrativo para turistas e apreciadores de arte oriundos não só do Rio Grande do Sul, mas também dos demais estados e dos países membros do Mercosul e alhures. É importante salientar que estas atividades, promovidas por um museu em sintonia com o Centro de Artes da Universidade Federal de Pelotas, ampliarão as oportunidades para o estudo, a pesquisa e à definição da escolha profissional de promissores talentos das novas gerações. O exemplo que tem sido dado pelo Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo, consolidado graças a todos aqueles que por ele lutaram desde antes mesmo da sua fundação, permite enfrentar com confiança os desafios que se anunciam para os próximos anos e que, sem dúvidas, trarão resultados gratificantes.


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