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Cordel-->Iria -- 11/06/2004 - 08:17 (Sirlei ) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Iria


Da mão, a gestos lentos,
o traço singra corpo em movimento;
resto do vivido, ido
forma, cor do pensamento.

Do escuro fundo da alma, como o sol cria o dia
desfraldada a memória,
lentamente, emerge, Iria;
mulher de fé, rezadeira.
De machado em punho, diziam, cura tudo:
mau-olhado, medo, quebradeira...

A fiar na palavra, o povo a ela corria:
mulher com gente dentro,
dentro de toda gente, a fé
a livrar da dor o rebento
que mãe sofrer nunca quer.
Seja a dor vista, do corpo a sangrar
seja a que não entende, mas sabe que há.

Devia ter nome de santa, já que tanto podia
a contrariar o bom senso
simplesmente, Iria

Hoje é dia de benzer
cedo da mãe ouvia,
que era pra acostumar,
com o que mais tarde viria.

À hora chegada, não adiantava fugir.
Tão pouco as unhas na carne da mãe a ferir
as mãos pesadas agarravam
empurravam, ao destino cumprir.

Na rosa dos ventos; quatro cantos.
para o espanto, quem diria?
num deles, morava Iria!

Logo na chega, bem perto da escada,
a touceira de cidreira.
Com uma faca certeira,
da planta cortava um tanto
que era dada ao povo, não antes
da água benta do santo.

Casa humilde de chão batido,
fogão a lenha, banco de couro curtido.
Num canto, o lampião,
que nas noites de lua mole
quebrava a escuridão.

Na parede, nada de tinta
Um pano estampado;
um prego em cada canto,
servia de altar
flores, velas, santos...

Santo de todo jeito
um olhava para a mão,
outro, a mão levava ao peito.
Nenhum olhava direito
assustada, pensava: por indeferença ou respeito?

De machado em punho, o ar riscado
no chão, o corpo de sombra desenhado.
Pela fé, pela reza,
o medo era cortado!

Três vezes era necessário
para a fé fazer valer...
rezas a ecoar,
contas a balançar,
arruda, água benta, altar...
o machado, esse no corpo de sombra a ceifar.

Que cura era aquela
que mais medo vinha?
Seria a cura pelo medo
a sorte minha?

Hoje, medo ainda tenho tantos...
não por falta de fé
nem incompetência de Iria
vai ver o machado era cego
e cortava o que não via

mas uma coisa é certa;
se curada de todo não fui
aquele, certamente, cedeu
Assim não fosse, hoje, onde Iria, iria eu





















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