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Artigos-->As origens do ZUM ZARAVALHO -- 05/05/2017 - 09:07 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Aos Kamaradas



[Carlos Ilich Santos Azambuja]

ex-aluno 44-1132




 



"E ao Colégio, tudo ou nada?

Tudo!

Então como é? Como é que é?

Zum, zaravalho, opum, zarapim, zoqüé,

Oqüé-qüé, oqüé-qüé, ZUM!

Pinguelim, pinguelim, pinguelim.

Zunga, zunga, zunga.

Cate marimbáu, cate marimbáu,

Eixáu, eixáu. Colégio!"

 





Uma hipótese !



Teria havido, entre as tribos do Paraguai, grande temor por um soldado brasileiro terrível matador de índios, o soldado Henrique Zaravalho que, no contexto da guerra, dizimava populações indígenas por todo o país. Contam os índios que seus antepassados fugiam desesperados ao verem a figura de Henrique Zaravalho se aproximando. Então, a saudação teria sido criada pelos soldados brasileiros como forma de enaltecer a força e a eficiência do jovem soldado Henrique. Segue-se o que seria uma interpretação da saudação.





Zum Zaravalho opum Zarapi Zoqué, o qué qué, o qué qué. Zum !



Por sua rapidez na hora do ataque, o soldado foi chamado pelos índios de Zum Zaravalho, onde a expressão Zum caracteriza uma onomatopeia, referente à velocidade de Henrique. O termo "opum" no dialeto da tribo significa "esfaquear, ferir com faca", logo, as tribos contam na saudação que Zaravalho esfaqueou o cacique Zarapi e o pajé Zoqué, em um ataque surpresa e veloz, acompanhado dos gritos assustados dos patos e marrecos que, da lagoa próxima, assistiam a tudo. Logo, "o qué qué, o qué qué" também é uma onomatopeia, referente ao som emitido pelos animais. Após o ataque rápido e mortal, Henrique sumiu pela floresta, com extrema velocidade, o que dá origem ao "zum" do final do trecho.





Pinguelim pinguelim pinguelim. 



Esse trecho refere-se à morte do cacique Zarapi que, após ser assassinado, ficou estirado em cima de uma pedra com o sangue pingando no solo: pinguelim... pinguelim... pinguelim... A repetição da palavra expressa a ideia do gotejar.





Zunga, zunga, zunga. Cate marimbau. Cate marimbau. Eixau eixau !



A palavra "zunga" nos dialetos de 4 das 7 tribos consultadas significa "matar, tirar a vida, arrancar a alma"; logo, sua repetição ilustra algo que se tornou constante na época da guerra: o soldado Henrique Zaravalho matando índios por todo o país. A expressão "marimbau" era o nome dado pelos indígenas a um colar feito de pedras preciosas, que apenas os índios guerreiros podiam carregar no pescoço. "Cate marimbau" significa que depois de matar guerreiros indígenas, o bravo soldado brasileiro catava seus colares. "Cate marimbau" se repete na saudação para expressar as muitas vezes em que o fato ocorreu. “Eixau" significa gritos de Henrique Zaravalho após mais uma matança. Isso porque o soldado tinha a mania de, em sua retirada, gritar, em tom de deboche, aos sobreviventes aterrorizados: "Êêê, Xau!!! Êêê, Xau!!! (tchau!!!)". 

O brado "Colégio!!!" no final da saudação foi introduzido depois, quando a adaptaram para ser a saudação do Colégio Militar do Rio de Janeiro, criado para abrigar órfãos da guerra do Paraguai, entre eles Felipe Zaravalho, filho de Henrique, morto no último ano da guerra com uma flechada nas costas. 

Haverá fundamento? Com a palavra os pesquisadores...

Zum Zaravalho !!!


Comentarios

Tiazinha   - 30/06/2023

BARACANA

VICENTE DE PAULO CLEMENTE  - 04/01/2021

* ONGLEI, ONGLEI, ONGLEI *

( O CANTO DO GUERREIRO )

Estudava ainda na 3ª série do curso primário, na Escola Mista Rural São Vicente de Paulo, na então Vila São Vicente de Paulo, atual Bairro Borboleta, no ano de 1955.
Ainda não completara 10 anos, o que somente ocorreria no mês de novembro.
A professora era Dª Aline, uma substituta, a 2ª, natural da cidade de Mar de Espanha, uma moça magrinha, morena clara, olhos e cabelos negros e médios.
Um belo dia apareceu em nossa sala de aula, dois homens. Um se apresentou como inspetor escolar, Dr. Fábio Neri, que viera até nossa Vila para ver como estavam os estudos e apresentou o outro, um índio, que dizia se chamar “Guaicuru Umburaé”, da tribo dos Guaicurus, índios cavaleiros do Mato Grosso.
Dª Aline, disse que tal figura estava se apresentando em todas as salas de aulas, mostrando um pouco da cultura indígena, pois que estávamos comemorando a semana do índio.
De porte médio, cerca de 1,70 m. de altura, cabelos negros como a asa da graúna, aparados à altura das orelhas, em corte arredondado, de um bronzeado que chamava a atenção. Não era queimado de sol não; o tom da sua pele era quase avermelhada, o que realçava seus pequenos olhos negros e amendoados. Parecia ter uns 30 anos e não pronunciava bem as palavras, sendo ajudado pelo inspetor.
Com um pouco de boa vontade, nós, os alunos, todos da mesma faixa de idade, que estávamos estudando já mais de dois anos (a idade obrigatória para se matricular na primeira série do primário, era de 07 anos completos) entendemos sua mensagem, num grande silêncio, quando o descendente de nossos primeiros habitantes começou a explicar o canto que iria nos ensinar.
Não me lembro quase nada do que explicou, em que ocasiões era entoado, nem para que servia, mas, pelo som e entonação da voz, deveria ser para comemorar alguma vitória em batalhas entre as tribos.
Desde então, já faz mais de 66 anos quando ouvi tal canto em uma única ocasião, guardo comigo sua música e sua letra.
Quando canto, primeiramente devagar, pausadamente e depois acelerado, como ouvira naquele longínquo ano de 1955, não consigo explicar como ficou gravado em minha mente até os dias de hoje, a música do índio Guaicuru Umburaé.
Minha esposa e filhas, que até hoje não sabem de cor a música inteira, brincam comigo, quando canto a música para elas e até para minha netinha, que já solfeja as sílabas finais, dizendo que ninguém mais no mundo sabe tal canto e não sabem como eu inventei tais sons enrolados.
Aí vai a letra do canto inexplicável, que até hoje martela minha mente:

“ONGLEI, ONGLEI, ONGLEI
BEREPETE ONGLEI
BEREPETE AU;
CADA FAU, FAU, FAU, LELÊ.
MIS TACOTARO TIROLILO
CLI CLÓ CLÓ TORORÓ FLU FLU,
ZUM ZARAVÁ ATIL ABUS CUÊ CUÊ, Ô CUÊ CUÊ,
ORRÊ OÊ PINGUILIM, PINGUILIM PIM PIM.
TCHUNGA, TCHUNGA, TCHUNGA
CARAMANÉ PUNGA, CARAMANÉ PAU,
CADA FAU, FAU, FAU, LELÊ.”
(escrevi conforme o som ouvido - Não tenho o texto escrito)

Alguém que, lendo estas linhas e entendendo sua mensagem, por favor, queira se comunicar comigo, que ficarei muito grato.

VICENTE DE PAULO CLEMENTE
RUA VALENTIM CLEMENTE, 65
BAIRRO BORBOLETA
CEP. 36035-490
JUIZ DE FORA – MG.
Fone-fax 032-98833-7671
vidacont@gmail.com

Glaydson  - 22/09/2020

Se é verdade ou não..., fato é que outros militares poderiam ter sido homenageados nos colégios militares, na escola de guerra pode até ser, crianças devem ter outras referências, principalmente inteligentes.

George M Ney da Silva Jr  - 06/05/2020

Achei bom o comentário e a explicação do Leonardo - 25/02/2019. A versão de um soldado matador de índios na Guerra do Paraguai me desagrada. Mas se houver evidências históricas, nunca é impossível fazer reparações. Entretanto, não vejo por que uma exaltação sanguinária prosperaria por tanto tempo e com tanta simpatia. Não faz sentido. A brincadeira, que pegou, bem ao estilo das agremiações estudantis tradicionais, no final do séc. XIX e inicio do XX é mais verossimil. Quando estudei no CMRJ (1972-78) sabíamos esse grito e ele constava de nossa Caderneta Estudantil, juntamente com alguns hinos, nossas alterações, notas e frequência. Mas a minha geração (72-78) entoou pouco esse grito, somente algumas vezes, em poucas competições. Parece que as novas gerações a estão retomando, o que acho bom, pois é parte da identidade do CMRJ e demais CMs Brail afora, uma tradição alegre, entusiasta, combativa, dedicada, criativa, saudável, de propósitos e ideais nobres e de muita amizade. E hoje é 6 de maio! Parabéns a todos os alunos, professores, militares, servidores e mantenedores da tradicional Casa de Thomaz Coelho!

OSEIAS LEAL RIBEIRO  - 29/11/2019

Gostei de ler este ítem. Todas as vezes que ouço a canção do colégio me desperta uma curiosidade de saber o significado o brado de guerra posterior ao canto.

Jorge Leão  - 14/10/2019

Estofei no Colégio Militar de Fortaleza na turma de 1963 e já existia este brado-de-guerra!!!!!!

Leonardo  - 25/02/2019

*Versão fake do Zum Zaravalho se espalha pela Internet*

Em maio de 2015, quando essa versão fantasiosa e irresponsável estava no auge da divulgação, escrevi o texto abaixo e o divulguei, alertando que estava circulando no Facebook e por e-mail uma versão fantasiosa do brado-de-guerra dos Colégios Militares (Zum Zaravalho), apresentada em ilustrações muito bonitas e bem feitas.

Frente a esse fato, resolvi publicar o texto abaixo:

*Sobre o Zum Zaravalho...*
Um dos maiores mistérios no Sistema Colégio Militar do Brasil (SCMB) é a origem do "Zum Zaravalho", brado-de-guerra dos Colégios Militares. Iniciado no CMRJ em época imprecisa, foi estendido a todos os demais Colégios na década de 90, sem que ninguém ainda tenha descoberto seu real significado.

A partir de 2004, com o surgimento das mídias sociais e, em particular do Orkut, passou a haver uma grande interação entre alunos e antigos alunos dos CM em todo o Brasil, com temas variados. Um deles, foi a origem do Zum Zaravalho.

Entre 2006 e 2008, foi criada uma estória a respeito que, rapidamente, foi difundida pelo Orkut e por e-mail. A estória de Henrique Zaravalho, um pretenso soldado gaúcho que, durante a Guerra do Paraguai, teria morto milhares de índios paraguaios de maneira bárbara.

Em síntese, para não cansar quem está lendo, recuperei a estória original ainda de uma postagem no Orkut em 2008, que está em uma das fotos. Ela não deixa dúvidas sobre a brincadeira que foi feita por alguém com muita criatividade.

Por volta de 2015, um antigo aluno do CMRJ teria feito uma “bela” ilustração sobre o caso do "Soldado Henrique Zaravalho", que está sendo repassada e tomada como verdade, confundindo muitos alunos e antigos alunos que desconhecem a origem da estória.

Assim, é preciso deixar clara a sua origem: trata-se de um verdadeiro hoax (pulha, enganação, boato) de Internet! Não tem nada de real!

O Cel Francisco José Mineiro Junior, antigo professor no CMCG e historiador, nos escreveu apresentando uma versão para a origem do mistério:

"Recebi um documento da DEPA no final do ano passado que explicava a seguinte origem para o grito de guerra:
O grito de guerra foi criado a partir da proposta de um certo Tenente Japyr, que em 1928 era professor de Educação Física do CMRJ, e treinava as equipes desportivas. Por ocasião do treinamento da equipe de futebol para o campeonato colegial daquele ano, pediu aos alunos para criarem um grito de guerra. E saiu o “Zum Zaravalho”, sem métrica, sem rima e totalmente sem significado. São sílabas soltas, um símbolo criado apenas para animar a torcida. Com o tempo, o CMRJ adotou oficialmente o grito de guerra, que se espalhou pelo sistema. Hoje está firmemente incrustado nas tradições dos Colégios Militares.
Acho bastante crível esta versão, e já vi referências ao grito em textos de ex-alunos da década de 1940.
Espero ter contribuído.
Zum zaravalho"

Apesar dessa versão, restam ainda sérias controvérsias, não só quanto ao significado, mas principalmente sobre a época de início do brado no CMRJ. Por exemplo, quando o General e historiador Nélson Werneck Sodré lá estudou (1924-1930), não havia esse brado. Comentando sobre o tema, relatou que a manifestação existente era o "zum", feito de boca fechada quando era proibido falar.

Portanto, por esse testemunho histórico, a tese sobre o Ten Japyr ter iniciado o brado em 1928 é posta em dúvida, a não ser que tenha ficado adormecido por alguns anos e, que alguém, posterior ao tempo do Gen Nélson Werneck Sodré, tenha o recuperado e disseminado no CMRJ nos anos seguintes.

A única coisa "concreta" que se sabe sobre o "Zum Zaravalho" é que um dos feitiços de Harry Potter tem esse nome, servindo para "levantar o moral e eliminar medo e cansaço".

Enfim, o mistério continua...

O que não pode ser aceito e propagado como verdade é a versão fantasiosa que está circulando desde 2008, pois, além de ter nascido como uma brincadeira, se fosse verídica causaria uma grande repulsa e indignação nos alunos, profissionais e antigos alunos, já que, em última análise, exaltaria um matador sanguinário.

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