Usina de Letras
Usina de Letras
12 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62282 )

Cartas ( 21334)

Contos (13267)

Cordel (10451)

Cronicas (22540)

Discursos (3239)

Ensaios - (10386)

Erótico (13574)

Frases (50671)

Humor (20040)

Infantil (5457)

Infanto Juvenil (4780)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140818)

Redação (3309)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6208)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->DOIDA! -- 04/05/2017 - 10:40 (Jeanne Martins Nascimento) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


"Doida"





Doidos são assim:


Gostam de passarinhos. Acordam antes do dia só para ver o sol nascer e trazer cores diferentes das que trouxe ontem.


Têm algumas manias.


Algumas bem estranhas, como ouvir o vento e perguntar-lhe se está trazendo chuva ou frio. Ainda mais estranho é que dizem que o vento lhes responde.


Alguns doidos plantam uma árvore. Não sem antes amar profundamente a semente da qual ela brotará!


Acaricia, envolve, até, acreditem! Conversam com ela!!


Depois a colocam suavemente no solo. Cobrem com um manto de terra fértil.


Observam dia após dia até que surge o primeiro brotinho tímido. Neste instante exultam de felicidade! As vezes dão estranhos saltos dizendo em voz alta: Nasceu!! Nasceu!!!


Acompanham o broto, as pequeninas folhas que surgem com felicidade impar!


Há uma permanente troca de energia entre a árvore e seu doido. Como se eles se amassem! Verdadeiramente creio que se amam.


Ouvem um ao outro. Chegam a falar em voz alta.


Recentemente eu plantei uma semente.


Vermelha! Bem vermelha!


Feito o sangue que pulsa em mim. Fiz isso com o profundo amor dos doidos. Ela correspondeu brotando altiva e verdejante. Ja está com três metros de altura. Já se tornou abrigo de aves, pequenos anfíbios e insetos diversos.


Fala comigo e frequentemente me consola. Tem folhas no formato de coração, acho muito estranho isso pois eu tenho apenas um ao passo que ela, espalhados ao redor dos galhos tem corações verdejantes às dezenas.


Possui estranhos espinhos no caule que nascem verdes e tornam- se negros com o tempo. Dei-lhe um nome: MAM


Minha Árvore Mulungu!


Nos momentos de dor mais profundos de minha alma me lembro dela! Vou até lá, toco suas folhas, caule, espinhos....


Sinto que ela tremula.


Ouço no ar sempre a mesma frase: "Flores virão! Calma! Tenha fé!Confia no tempo".


Inevitavelmente flores virão!


O doido que habita em mim ama essa árvore.


Peço que ela me ensine a ser cerne, crescer infinitamente rumo ao céu infinito e as estrelas do firmamento. Imagino que isso seja o sentido do " religare" ao Criador. Coisas de árvores... Coisas de doidos...


Gostaria de ser árvore feito ela. Embora frequentemente amanheça orvalhada, creio que &
39;minha&
39; arvore não chora. Imagino que sequer saiba o que é ter saudade!


Saudade sim, é coisa de gente doida!


Texto (Devaneios diversos): Jeanne Martins


(Foto: Jeanne Martins / Um pequeno anfíbio tão verde quanto a folha orvalhada do Mulungú que o abriga)



Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui