O segundo beijo é mais profundo,
o buraco pode ser mais embaixo.
O segundo beijo é quase imundo
aos olhos dos conservadores...
O segundo beijo pode ser sem sabor,
se não existe cuidado especial
e escovar os dentes, pelo amor
das santas bactérias: o que é fatal.
O segundo beijo já não é na boca:
deixa qualquer um de queixo caído.
O segundo beijo é uma coisa louca,
é a perdição do que já é perdido.
O segundo beijo é um delíro
no lírio do abismo absurdo,
fascínio pelo negro clamor
do desejo em chamas de amor...
O segundo beijo é um aperto de mão,
o encanto ou o desencanto,
nos famintos braços da escuridão,
vermelhas lágrimas do meu pranto.
O segundo beijo é o meio
da vida e da morte,
e quem não dormir no seio
desta, tem muita sorte.
O segundo beijo é um devaneio
na busca da perfeição,
ou uma azeitona perdida
na boca de um banguelão.
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em 17 de julho de 2003, por Lucimar Justino, autor de "Gritos de Liberdade", lançado pela Papel & Virtual Editora no site
www.papelvirtual.com.br na seção "poesia"
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