Ninguém, a rigor, pode chamar nosso presidente de indiferente em relação aos avanços, vale dizer, aos progressos da ciência e da tecnologia.
Primeiro, ele pegou o Plano Real, nascido no governo de Itamar Franco, em cujo governo o nosso presidente ocupava, à época, a titularidade do Ministério da Fazenda, e modificou a estrutura genética do referido plano, transformando-o em Plano Real Transgênico, segundo ele, resistente às incertezas e às intempéries da nossa economia.
Depois, valendo-se dos avanços obtidos na área da biologia, produziu, em laboratório federal, junto com um grupo de cientistas e amigos políticos, o seu próprio clone, a partir da obtenção de células-tronco, e valendo-se da metodologia da clonagem, ocupando, desse modo, pela segunda vez, mais um mandato presidencial. Mandato, diga-se de passagem, com relativa semelhança ao anterior, melhor dizendo, um pouco mais fraco ainda, posto que passou, inclusive, a ter problemas de memória, de esquecimento, que resultou na falta de investimentos no setor energético, fato que culminou no famoso e conhecido fenômeno do apagão.
Enquanto isso, o original, que serviu de base para a clonagem, iniciou o processo de movimentação política para se tornar o primeiro senador biônico, com vitaliciedade garantida e com poderes para interferir nas ações e decisões políticas, com remuneração garantida para o resto da vida, que ninguém é de ferro, nem sabe o dia de amanhã.
Só falta, agora, este homem do espaço sideral conseguir aprovar o regime Parlamentarista para que o original possa vir a ser o Primeiro Ministro e o seu clone seja o Presidente nesta nova forma de regime político. E o senador biônico, possa, quem sabe, e ao mesmo tempo, presidir o Senado. Seria tri-legal, se não fosse cômico.
Domingos Oliveira Medeiros
19 de março de 2002
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