Usina de Letras
Usina de Letras
158 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62214 )

Cartas ( 21334)

Contos (13261)

Cordel (10450)

Cronicas (22535)

Discursos (3238)

Ensaios - (10357)

Erótico (13569)

Frases (50609)

Humor (20029)

Infantil (5429)

Infanto Juvenil (4764)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140799)

Redação (3303)

Roteiro de Filme ou Novela (1063)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6187)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cordel-->Minha cidade é uma ilha -- 08/06/2004 - 20:06 (Airam Ribeiro) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Literatura de cordel
Minha cidade é uma ilha

Minha cidade é uma ilha
Por muitos apelidados,
É banhada por capim
Por todos os seus lados.
Uma horta, um pomar;
Ninguém vai enxergar
Pois só capim é plantado.

Lado Sul está Jorge
Lado Norte está Yoyô,
É baquearia e colonião
Por todo lado que for.
Arlindo está no lado Leste
O Neco é do lado Oeste
Diz o observador.

São milhares de hectares
Que para mim é muito chão,
Não tem um pé de mandioca
Não vê um pé de feijão.
Só o boi, vaca e leite...
Na mesa faz o enfeite
Na hora da refeição.

Vem do Espírito Santo
Ovo, cebola e limão,
Também vem a laranja
De Irecê vem o feijão.
Até nossa farinha
Que era o que mais tinha
Vem de outra região.

O arroz vem lá do Sul
E também do Maranhão,
O sal vem do norte.
De Conquista vem o sabão.
Até nosso fubá
Que o milho tanto dá
Não tem mais na região.

A farinha de tapioca
Está sumindo da feira,
No mercado só tem
As barracas de Teixeira.
Cd pirata e cigarros
Em todo mercado esbarro
Parece uma brincadeira.

Tudo aqui vem de fora
Como vemos no verdurão,
Só o couro sai daqui
Porque não tem curtição.
O João grilo pintor
Foi embora, se mandou.
Por não ter apoio não.

Nossa famosa banana
Que aqui era popular,
Já está se acabando
Já vem de outro lugar.
Para quem ganhava cacho
Já vê o esculacho
Em ter que comprar.

Tempos atrás via horta
Em quase todos os quintais,
O cimento tomou conta
Com a invasão dos pardais.
Nosso chão ainda dá
Para isso é só plantar
Como faziam nossos pais.

Os jovens estão saindo
Para a América do Norte,
Outros para a Europa
Em busca da moeda forte.
Aqui os que têm dinheiro
Preocupam-se primeiro
Em criar gado de corte.

Só estão ficando aqui
Velhos moças e meninos,
Creche e lar dos idosos
Na ilha terá seu destino.
A cultura está morta
Porque só poucos importam
E não é coisa de granfino.

Somos os sobreviventes
Da era globalizada,
Sem muita coisa a fazer
Sem emprego, sem nada.
Sem cultura, sem madeira,
Somos filhos sem mamadeira
Em uma ilha condenada.

Airam Ribeiro
22/03/04 airamribeiro@zipmail.com.br
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui