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Artigos-->A HISTÓRIA E A PROPRIEDADE PRIVADA -- 26/02/2017 - 11:08 (Francisco Miguel de Moura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


 



A HISTÓRIA DO HOMEM E A PROPRIEDADE PRIVADA



 



Francisco Miguel de Moura, escritor, membro da Academia Piauiense de Letras



 



Quando a história da humanidade começou? Fala-se da civilização egícia, também da Suméria, da Babilônia e de outras mais. Citamos o historiador Geoffrey Blainey, em “Uma Breve História do Mundo”:



“Há 2 milhões de anos, eles viviam na África e eram poucos. Eram seres quase humanos, embora tendessem a ser menores que seus descendentes que hoje povoam o Planeta. Andavam eretos e subiam montanhas com enorme habilidade. Alimentavam-se principalmente de frutas, nozes, sementes e outras plantas comestíveis, mas começavam a consumir carne. Seus implementos eram primitivos. Se eram bem-sucedidos em dar forma a uma pedra, não iam muito longe com a modelagem. (…) Não há dúvida de que alguns moravam em cavernas – quando - quando podiam ser encontradas. (…) Esses seres humanos, conhecidos como hominídeos, viviam principalmente nas regiões dos atuais Quênia, Tanzânia e Etiópia”.



Segundo estimativas arqueológicas, os dinossauros foram extintos há quase 64 milhões de anos. Mas as pegadas da raça definitivamente humana (dois adultos e uma criança, encontradas nas cinzas de uma erupção vulcânica recente) têm, pelo menos 3,6 milhões de anos. Se havia crianças, havia um casal, os dois adultos seriam o casal.



Até então estamos vendo os passos dados pelos hominídeos transformados em homem: desciam das árvores, começavam a caçar. E a sociedade humana teria sido começada imediatamente? Ao que parece, marcaria longo tempo até a chegada dessas criaturas humanas ao Egito e à Babilônia. Quanto lutaram e sofreram para chegar à civilização! E nós ainda nos queixamos do mundo de hoje.



Assim, não há registros confiáveis de datas, mesmo porque até a marcação do tempo pelo sol, pela lua e pelas estrelas é bem recente na história das civilização. O que nós temos (ou acreditamos) de certo mesmo está na Bíblia – conjunto de escritos inspirados pelo Deus único, segundo os hebreus. O primeiro, denominado “Gênesis”, narra a criação do mundo e o nascimento do primeiro casal humano – Adão e Eva – no Éden – um paraíso. Jardim imenso, propriedade privada deles, que perderam com o cometimento do primeiro pecado. E foi do pecado que surgiu a humanidade, a civilização, a cultura e a propriedade privada – que eles perderam para seus filhos e os filhos dos homens, o que concluímos ter sido por herança. Perdendo o paraíso, os homens ficaram obrigados a ganhar a vida com o seu trabalho, com o suor de seu rosto. Esta história mostra o começo da propriedade privada: a terra era de todos, mas precisava ser repartida. Cada um que trabalhasse para ganhar o pão de cada dia com o suor do rosto. Falando em datas, a mais antiga de mais ou menos 1.850 A. C. Era na Caldeia, com o rei Hamurábi ou Hamurabi. Ele editou um código de leis, o mais antigo que se conhece. E nele, segundo já foi divulgado, havia castigos ao desrespeito da propriedade alheia, tais como: roubo, trabalho mal feito em propriedade de outrem, entre outros. Castigo maior do que o delito. Era a lei de Talião, que os hebreus modificaram para o “dente por dente, olho por olho”.



Na evolução humana, ora domina o estado sobre tudo (ele é incólume), ora domina a propriedade privada, passando o estadoa ser apenas coadjuvante do poder.



Quem conhece a história, chegará aos gregos e romanos, e depois à Idade Média, com o sistema feudal. E sempre existiu a classe dos escravos, mas não como preconceito. Mais como castigo às presas de guerras. Mais como apropriação de todas as terras: regime feudal. Na História do Brasil, coisa recentíssima na história do mundo, chegaremos à escravidão especialmente dos negros e dos índios, os menos cultos e desarmados. O sistema feudal nosso funcionava com os fazendeiros e proprietários de sesmarias e gado, sem falar nos famosos engenhos de cana-de-açúcar, tudo para exportação, quando pagavam pesados impostos ao poder público em Portugal. O gado era criado solto, sistema que deu resultado nos primórdios, mas depois foi caindo ou somando-se aos donos das minas, outra forma de produzir riquezas. As minas eram de quem tinha a propriedade privada das sesmarias ou fazendas. E assim se fez a história da civilização, com base na posse de terras, na economia, no pagamento de impostos ao estado, etc. Pensando nisto é que me vem à memória do que eu via, quando menino: o gado ferrado com o ferro do dono da fazenda. Era um meio para que o ladrão fosse apanhado com mais facilidade.



Demorou muito para que o povo se tornasse político e quisesse participar da força do estado. Sem educação e sem cultura, quase sem tempo para o conhecimento do que era a vida que viviam, pois apenas trabalhavam e vegetavam, o vulgo demorou muito a tornar-se um ser político. Mas bem que queria. Dizemos assim, baseados na lição de Aristóteles, que escreveu: “o homem é, naturalmente, um animal político”. A política crescia com os meios de economizar e fazer girar essa riqueza. Daí nasceu a ciência da economia e os seus principais pensadores: Marx, Keynes, Adam Smith, entre outros.



Segundo Maquiavel, “a realidade é como ela é, e não como gostaríamos que ela fosse”. Esse pensamento faz lembrar que o socialismo é uma forma de dogma político muito recente, e não deu certo em nenhum país. Do combate a seus princípios, o estado capitalista, à sua maneira, adaptou o que havia de melhor: direitos trabalhistas, planos de benefícios sociais e de aposentadoria.



Conclui-se que a propriedade privada só fez crescer desde o início da civilização. Não quero dizer que seja o melhor sistema econômico, mas é o que mais prosperou e fez o avanço em busca do homem moderno, com incentivos à educação, cultura e ciências, e ocasião para o implante das democracias. Desse estudo, além das marcas de ferro no gado de criadores do Brasil, mutatatis mutandis, ficou-me ainda a palavra “privada”, um espaço onde a tranquilidade do indivíduo reina. O leitor pode imaginar se todas as privadas fossem públicas? Seria uma vergonha e muita sujeira. Nos tempos de economia em baixa, o capitalismo pode e deve ter o bom senso de usar sanitários mistos, em parte para uso privado e parte para uso público, mas é somente nos momentos de crise. A privada pública, além de ser contrassenso, é sujeira só, onde a população tem direitos, mas não têm direito a nada. Nem ao seu momento de privação, descontração e asseio. Na mesma linha de raciocínio, dizemos que o Mercado asseia o capitalismo, enquanto o socialismo emporcalha o Estado.



 



 



 



 

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