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Poesias-->DEPOIMENTO -- 12/07/2003 - 15:26 (LUIZ ALBERTO MACHADO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Quando souber de mim

Lembre de como a tarde cai

Ou de quanto tudo se esvai

Na última gota do canto do cisne



Não sendo apenas o fim disso

E sim a do olho vidrado

Com a nascente clara e límpida

Do despertar superior



É que a luz abrasa a calma

Alenta a alma pelo cismar

Surpreso por outro dia ignoto

Tácito na esquina

E em sendo amanhecido

Espreita a jogada plural

Que desemboca na loucura

Civil e seminal



Devia ser desse jeito

E sendo assim será feito o céu

Infinito e grande

Capaz do inacessível

Do inalcançável que não se concebe



Quando souber de mim

Saiba do riso quente e detentor

Da maior bandeira desejada

Mais abençoada que esconjuro

Que vem dum porto seguro

Mais aberto que o oceano

Mais falível quanto o engano

Do perdedor da vitória

Mais enamorado quanto

Dado ao lado do amor



E quando souber saiba quantas

Cartas extraviadas foram jogadas

No interior das garrafas bebidas

E sacralizadas no dia-a-dia de nenhum dia

De nenhum vintém

De nenhum ninguém nem de nada



Em sabendo tal sabença saiba

Quanto foi difícil sustentar a curva da relatividade

Para ignaros para avarentos sem tempo de beber no vento

A boca da maior verdade

Ao saber não saberá nada

Onde vai dar qualquer estrada

Ou desejo ou razão ou senão

Ou da verdade mais guardada pelos esotéricos

Pelos condutores elétricos

Ou herméticas explicações



Não saberá porque o sorriso

É só o outro lado da tristeza

Nem a distância de sofrer e amar

De perder e de se dar

De não ter o que ganhar

No prazer efêmero do contendor

Ou na soberba do vencedor

Ou na derrota eterna

Ou na angústia certa de quem não ganhou

Sequer um aplauso

Acaso houvesse platéia tácita

Em crendo seria mais atéia

Que a desilusão



Sem saber jamais saberá

Do que trata a mão nua

Nem do beijo que despolua a intenção



Não saberá dos braços abertos

Nem do olhar incerto do menino amanhã



Quando souber de mim

Será notícia invalidada

Já terei quadra formada

Num poema sem fim



Não terei que agradecer pelas lembranças

Nem de respeitosamente requerer mútua estima

Nem solenemente disfarçar

Uma hipocrisia esgrima

Prá tolerar tal dança de estimar



Terei apenas que mostrar quando souber algo

De fato, nada saberá daqui, dali, dacolá

Dessa insólita emoção

De mostrar o coração

A quem possa apenas amar.



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