Usina de Letras
Usina de Letras
173 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62188 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22534)

Discursos (3238)

Ensaios - (10352)

Erótico (13567)

Frases (50593)

Humor (20028)

Infantil (5426)

Infanto Juvenil (4759)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140793)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1959)

Textos Religiosos/Sermões (6184)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Poesias-->ABANDONO -- 12/07/2003 - 15:03 (LUIZ ALBERTO MACHADO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Eu vi o poeta chorar

Numa sala exígua

Um canto remoto da casa

Voluntário eremita

De alados braços inertes

Um goleiro vencido no lance



Eu vi o seu choro

Desolada criança

Sem seu brinquedo preferido



E o seu brinquedo

É olhar nos olhos

E um calor de ternura

Traduzir cumplicidade



É sentir o coração

Falar alto no mais simples gesto



É a alegria por todos compartilhada



(os outros não têm lágrimas

em sua soez atitude)

eu vi o seu choro

lágrimas sem dolo

lágrimas dos afeitos à guerra

em defesa do amor

pois quem ama inventa o que vive



E chorando renegou seu passado

Deixou para trás

Seu esforço prá viver

Um futuro apagado no quadro negro



Os sonhos se derretendo

Com a deprimente solidão

Tangido feito necas para o chão

Em palpos de aranha

Pelo que fez e pelo que poderá fazer

Uma fatia de tempo de não se lembrar



E chorava baixinho

Um punhado de gratidão

O seu suficiente conteúdo mágico

A sua inquieta revelação

Se valendo das lágrimas

Para os que mal saíram do neolítico

Para os que não enxergam um palmo além do nariz

Porque aqui

É o lugar dos ofendidos

Dos ignorados



Eu vi o seu choro

Não encontrando farol na noite

Nem uma mão no dia

Um tinido no escuro

Um estalido no peito



Errou de veia e maldisse a sorte

Sacralizou o profano

E profanou o sagrado

Mera prece a malograr



E o seu mundo secreto é um ermo

Um ermo onde cabem todos seus sonhos

Sonhos de tênue felicidade

Um bônus do sofrer



Eu vi o seu choro

Todo dia sua esperança

De fôlego agitado

Prá nos dizer da vida

Uma canção de chorar.

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui