Com tanta bicharada, teve logo que enfrentar o boi mais brabo na vida. Mas não sabia bem qual era, pois a boiada era da mesma espécie. Eles sempre viviam ou a solta ou no curral a procurar capim e sal mineral. Olham com certa dose de desprezo a quem não fosse dali e mantinham o ritmo da ruminação. À entrada, não causou-lhe medo, pois quando viu todos apáticos, percebeu que ali seria fácil construir seu rancho. Quando ali se estabeleceu, vieram dois representantes que lhe disseram que haveria de doar 10% de tudo que ali produzisse, se assim quisesse se manter. Como já havia ali se instalado, sem conhecimento da legislação bovina, não restava nada a não ser seguir a regra. Precisou trabalhar fora também para manter-se ali após perceber que não seria suficiente apenas o que dali tirasse. A jornada por ser dupla, exigia uma certa resiliência e determinação que foram aos poucos tomando parte de sua rotina diária. E com esse estilo de vida, muitas vezes teve que comer o pão que o diabo amassou ou que tivesse feito rabanada. E assim, vivia dia a dia, no equilíbrio entre adaptar-se aos bons e maus momentos que a vida lhe ofertasse a cada momento. Procurava buscar a harmonia serena do momento sem jamais esquecer o passado que a projetou ao presente instante.