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Poesias-->A VIAGEM DE PAULO - Parte 1 -- 09/07/2003 - 18:31 (Phylos) |
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Primeira parte.
Onde se retrata as condições, naquele dia sombrio, da estrada que conduzia a antiga cidade de Damasco.
I
Homens nascem e homens morrem,
Mas homens sempre existirão, poucos ou muitos
Menores ou maiores,
Humildes ou poderosos
Sempre existirão.
A multidão sempre será imensa
Como estrelas
Como areia que pisamos com os pés
Homens nascem e homens morrem
Mas alguns permanecem.
Os dias também são os mesmos
Com as mesmas horas, os mesmos passos
A rotina do ir e vir encravada em nosso sangue
Nossos músculos
Nossa face marcada de tempo
Nossa face marcada de espanto
Nossas mãos imensas de dor.
Há homens tristes e sempre haverão.
As estradas também são eternas
Sempre existirão estradas
Com mais pedras ou menos pedras
Algumas no caminho
Outras aguardando para entrar no caminho
E a luta é contínua, sempre uma boa luta
Entre os homens e as pedras
Entre os homens e si mesmos.
Flores também existem
Desde o inicio do mundo
Como todas as coisas criadas
Pela ordem natural de Deus
Aquele que nos contempla e admira
Aquele que ara em nossos corpos
E planta trigo, planta fé, planta tempo.
E flores haverão
Assim como haverá quem as pise
E as arranque
Tudo fazendo parte
Do mesmo quadro estranho
Que não compreendemos
Homens cegos que somos.
Mas não havia flores naquela tarde
Tarde negra de nuvens, desenhos sombrios
Desenhados no ar embolorado
Alguns pingos vertendo frescor
Sobre a poeira vermelha
Naquela estradinha antiga
Onde transeuntes ocasionais passavam
Vestidos de branco em direção
Aos prédios distantes, além dos prados
Além da tarde, além das faces.
Naquele dia sombrio, a tarde já declinava
Pelo oriente perplexo de colinas
As manchas vermelhas tingidas
Ninguém sabia, se pelos olhos
Ou pelas mãos invisíveis de Deus.
Algumas pessoas caminhavam lentamente
Pela estradinha sem graça
Que levava à cidade, além do monte
Após a linha horizontal que parecia nunca chegar
por onde caminhava Saulo, o nobre romano
e sua comitiva de prisioneiros.
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