Deitou-se ali no leito e adormeceu,
Em paz consigo mesmo provisória.
Foi um momento lindo, foi a glória:
Um tempo que seria apenas seu.
Ao acordar, manteve aceso o lume
Em bruxuleio quase a se apagar,
Porém, não se lembrou do triste lar,
Conforme ultimamente era costume.
Buscou, na escuridão do quarto, a vela
Que lhe mantinha a luz de referência.
Então, abriu-se a porta e, mais que ela,
Entrou todo um clarão: era a Consciência,
Que logo lhe falou: “Agora apela,
P’ra dares outro rumo à existência!”
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