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Poesias-->NOTURNA -- 06/07/2003 - 01:20 (Tânia Cristina Barros de Aguiar) |
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eu tenho frio
ao longe
o latido dos cães
rasgada
sangra
a pele
exposta
- ferida reaberta
queimar carvão
abrir o vinho
quedar-me
mastigo tudo que senti
enquanto a dor reaviva a lembrança
há sangue em mim
mas há também uma doçura estranha
uma ressaca
talvez anúncio da maré vazante
esgotar-me, sempre esgotar-me
sempre sorver até a última gota do delírio
para que reste apenas o vazio
para provar a mim que meus tormentos
sempre, sempre, são concretos avisos
da minha alma
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