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cronicas-->Revelações -- 18/11/1999 - 07:57 (Renato Rossi) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Há duas semanas, fomos a um casamento. Muito fino. Na realidade muito mais que fino. Totalmente equilibrado, adequado. Na cerimónia religiosa, violinos. Mais que violinos, toda uma orquestra. O padre com um discurso equilibrado, amigo. Os noivos alinhadissimos, sorridentes, não havia como negar a felicidade.

A festa, de muito bom gosto. Comida, bebida, música, ambiente, a gentileza dos anfitriões. Como Juliana conhece a família da noiva, soube de alguns detalhes não revelados aos convidados em geral. Acho errado isto. Mesmo Juliana sendo grande amiga de Mariane, esta não devia revelar certas intimidades da própria família. Se de um lado revela a confiança na amiga, de outro configura traição à própria família.

Pode parar. Não fique aí imaginando nenhuma cena escabrosa e muito menos revelações indecorosas. A família é muito equilibrada e não há nada do gênero a ser comentado. A questão é de outra ordem. De mais a mais, a revelação só pode ser feita no final da estória.

Naturalmente, há um período de nossas vidas em que se acredita em certas coisas que só mais tarde nos damos conta de que não era bem verdade. Papai Noel, por exemplo. Entre dois e dez anos todos acreditam. Após os seis, começa-se a desconfiar que talvez não seja bem assim. Após os oito, de fato ninguém acredita, mas fica quieto querendo acreditar. Depois dos dez, não se acredita, mas fica a dúvida. E na dúvida, melhor ficar atento.

Coelho da páscoa é mais ou menos a mesma coisa. Contando que apareçam os chocolates, que mal há em coelho botar ovo?

Voltando ao casamento, entre tantos itens a elogiar, o bolo estava muito bonito. Bem como Juliana gosta, cinco andares, cobertura perfeita, grande o suficiente para os muitos convidados. Decoração primorosa, sem excessos, muito bom gosto.

Voltando às ilusões, na idade adulta as crenças não racionais diminuem. Mas sobram algumas. Eu por exemplo, acredito em bolo de casamento. Quando você vê um, não acha bonito, não fica imaginando o recheio?

Mas Juliana estragou tudo. Revelou que os dois últimos andares são feitos de papelão da melhor qualidade, com a mesma cobertura do bolo verdadeiro.

Eu viveria melhor sem saber disto.


Escrito em 11.11.1999




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