Queria que o tempo voltasse a época em que podíamos ir e vir sem qualquer receio de termos que presenciar nossa liberdade ser vítima e enclausurada. Estamos na contramão dos valores do cidadão que vive a sonhar com o direito de trabalhar, estudar, andar de coletivo e chegar a salvo ao destino. Não há como caminhar pensativamente e elaborar projetos de vida num final de tarde, à beira do mar quando existe a possibilidade de sermos atropelados em direitos mais fundamentais. Por onde se encontra a liberdade física e social que permite a interação do indivíduo com a comunidade? A liberdade física cada vez mais encarcerada no sistema prisional social que acorrenta o trabalhador e solta o transgressor, permitindo um caos que já se instalou na incerteza da segurança. Vivemos como verdadeiros reféns da guerrilha civil a vitimar os jovens com uma vida pela frente. Nenhuma criança nasce bandida ou criminosa, mas analiso com o senso crítico de que, temos o livre arbítrio à nossas escolhas. Somos todos responsáveis e ainda consigo acreditar que o indivíduo carrega algo na essência do ser. Pode parecer piegas, mas é isso que ainda me permite entender muita coisa inexplicável. Persisto no resgate da auto-estima da cidadania que permite a todos, o acesso à saúde e educação de forma igualitária com o propósito de investir no material humano, socializando e garantindo ao indivíduo, as normas e os princípios fundamentais constitucionais. Afinal, tantas leis a preencherem o cenário social e jurídico, não deveria consentir tanto descontrole de um ciclo vicioso que figura na sociedade como verdadeira praga. Existe um grito que ecoa e solicita a mudança da atuação do Estado na insegurança da segurança que vai além do controle de armamentos e aparelhamento dos órgãos no combate à violência.