Ao mesmo tempo que sim, ao mesmo tempo que não. O desejo que diz sim.O desejo que tem fim. O desejo que diz não. Teus olhos dizem pra mim. Afirmam que sim. Sugerem que não.
À cada momento. Uma nova interpretação. E fico entre o que quero e o que não quero. Entre o que mais quero e o que mais queria. O que mais queria, que agora é não. O que mais quero, que agora é sim. Mas tu não decides por mim.
E eu me divido assim. Entre o sim e o não. Das batidas do teu coração. E a minha pulsação. O sim para mim é a minha inspiração. Mas o que bate mais forte, dentro de mim, é o meu coração. O não que palpita. Traído pela respiração.
E o teu coração, continua assim. Uma hora me diz que sim. Outra hora me diz que não. São males do amor. São dores da paixão. Palpitam descompassados. No rumo da incompreensão. No peito dos namorados. Na UTI dos apaixonados. Corações enfartados. Os corações são consultados. Os resultados esperados.
Eletrocardiograma de paixões. Registram todas as emoções. O resultado de dois corações. Batem entre o sim e o não. Entre o bem e o mal. Descompassados. Alterações identificadas. O resultado é normal.
A doença é diagnosticada. Para alegria dos pacientes. Parece tudo bem e normal. Sobe um pouco a pressão. A pressão arterial. O desejo corre nas veias. Por conta da obsessão. Perdemos um pouco a razão. Por conta de um grande amor. Deu-se a grande confusão.
Por fim, eis aqui na minha mão. O resultado imaginado. Na fita foi registrado. São males do coração. Benesses de uma grande paixão. De um coração apaixonado. Sem ritmo. Desesperado. A doença é crônica. Mas o mal pode ser curado. Aprendendo a conviver com ele. Com o amor inesperado. Inusitado. E só nos resta dizer: Meu Deus, obrigado.
