A sentir por sentir, preso à prometedora cadência
das ilusões que de facto acabam sempre em desilu-
são, desperdicei milhares de dias na convicção de
que sabia o que desejava.
Algo de superior me impelia para desconhecidos e-
feitos enquanto ia dizendo aos meus afectos reais
que sim... Que sim...
A experiência que entretanto se me foi incrustando
na pele foi-me trazendo a revelação imparável da
realidade tal qual é... O depois do amor, esse lú-
cido após que prova se deveras o que em antes se
sentiu tinha efectivo sedimento e convicção.
Constato ainda que diversas ilusões que acalentei,
se as tivesse logrado, teriam fulminantemente ter-
minado em decepcionante fracasso, quiçá até em do-
lorosos momentos de desespero.
Pretendo pois e tão só equacionar com razoabili-
dade um prometedor "antes" em face do inevitável
"depois". O resto depreende-se, mas o enunciado
indicia pelo menos o que penso e sinto sobre o
vertente busílis que exponho.