Mês passado, setembro, foi batizado como amarelo porque esta cor é símbolo do combate ao suicídio. Então várias palestras sobre o tema foram realizadas no mundo inteiro. Porém a conscientização contra o suicídio não pode parar só em setembro. Pois ela precisa ser contínua.
Vários motivos podem levar uma pessoa a tentar dar cabo da própria vida, exemplos: problemas financeiros, distúrbios neurológicos, decepções amorosas, dependência química, saúde frágil, transtornos familiares, etc. Porém, nunca devemos julgar um suicida, ou, alguém que tentou fazer isto.
Infelizmente, um fenômeno está aumentando: a incitação ao suicídio nas redes sociais e na vida real.
Em 2011, um músico gaúcho com o pseudônimo de Yosnlu desabafou sobre sua depressão nas redes sociais. Mas, ao invés, de receber mensagens positivas, várias pessoas sugeriram que o rapaz se suicidasse. Resultado: o moço se matou na frente das câmeras. No mesmo ano um artista plástico chamado Simon Kelly fez um desabafo na Internet e pessoas incentivaram o rapaz a se matar. Ainda, na mesma época, havia uma garota americana chamada Megan Meyer que vivia sofrendo bullying das vizinhas por ser gordinha. Um dia suas inimigas fizeram um perfil falso de um rapaz se dizia apaixonado por Megan. No final o perfil fake afirmou:
“ – O mundo seria bem melhor sem você, se mate”
Assim a menina se suicidou.
Anos atrás, duas moças tiveram vídeos íntimos expostos na rede e receberam mensagens dizendo que o suicídio seria a melhor opção. Então as duas jovens deram cabo das próprias vidas.
No começo deste ano, uma idosa apaixonou-se por um colega meu e me escreveu dizendo que se o rapaz não correspondesse ao seu amor, ela se suicidaria. No mesmo instante conversei com amigas que tem formação acadêmica em saúde mental. Então, com a ajuda destas psicólogas, expliquei a esta senhora que não valia a pena perder a vida por causa de um amor não correspondido e que ela podia aproveitar este tempo para realizar outras atividades. No fim, a senhora se apaixonou por outro homem e irá se casar no final deste ano.
Aqui, é importante que as pessoas saibam que induzir alguém ao suicídio é crime previsto no artigo 122 do Código Penal Brasileiro e é classificado como um crime contra a vida, que consiste no açular, provocar, incitar ou estimular alguém a suicidar ou prestar-lhe auxílio para que o faça.
Ao descobrir um amigo que esteja em depressão ou que realizou um desabafo pensando em atentar contra a própria vida, o primeiro passo é conversar com a pessoa para saber o que está acontecendo, sem julgamentos. Também existem aplicativos e links, nas próprias redes sociais, que você pode acessar para que instituições contra o suicídio entrem em contato com seu colega.
O problema é que as pessoas precisam ter consciência que as palavras tem poder. Pois elas podem tanto salvar quanto matar um ser vivo.
