Era uma vez, uma garotinha, com seus sete anos, talvez oito, que parecia muito feliz, amando a todos e encatada pela vida.
Percebíamos isto, pelo seu modo de sorrir, cantar, dançar, brincar e principalmente falar muito na sala de aula. Como era falante! E com isso, sobressaia aos demais alunos da classe e da família também.
Um dia, a sua doce e inocente vidinha foi visitada por um indesejável, inoportuno e cruel acontecimento, que de tão nojento, lhe roubara a alegria, apagando do seu rostinho aquele semblante maroto, que a tantos encantava.
Roubou-lhe a voz, pois agora ela já não tem o que de belo cantar e nem contar às coleguinhas. Já não dança, porque foi tirada toda a graça e equilíbrio de seu corpinho inocente matando todas as manobras travessas que suas perninhas podiam fazer.
Agora, quase muda, se limita às preocupações, com a rebeldia e com seu triste olhar perdido no nada ou buscando alguém que a faça sorrir novamente ou que a faça apagar da memória esta cena de dor e angústia que dilacera o seu pobre e pequenino coração.
Era uma vez, uma garotinha.... |