— “Meu protetor querido, Juvenal,
Não penses que eu me esqueço dos deveres.
É que prejudiquei, na Terra, os seres
E agora eu já não sei fugir do mal.
“Por isso é que me ponho sem haveres
E hesito atravessar da porta o umbral.
Mas devo impor respeito e coisa e tal,
Que é como eu vejo sempre os meus poderes.”
O mestre contemplou a face pálida
Do gajo que obrigava ao arrenego.
Não via na atitude a forma válida
De conseguir, no além, um bom sossego,
Contudo, respeitou a tal crisálida
E prometeu servir-lhe um descarrego.
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