Usina de Letras
Usina de Letras
151 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62210 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10450)

Cronicas (22535)

Discursos (3238)

Ensaios - (10356)

Erótico (13568)

Frases (50604)

Humor (20029)

Infantil (5429)

Infanto Juvenil (4764)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140797)

Redação (3303)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6185)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
cronicas-->Pergunta idiota...? -- 23/11/2002 - 14:55 (Winner) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Pergunta idiota...?


Pensei que conhecesse tudo de chatice. Não conheço. A Fabi não pronuncia a palavra encalhada. A Marisa não diz diabo, por Deus. O Vini montou academia no quarto dele - e faz exercícios às quatro da manhã. A vizinha liga a máquina de lavar roupa às oito da manhã. O morador do apartamento de cima caminha com pés de ferro a noite toda. Vai ver procura pelo sono em lugar recóndito.

Não sou ranheta. Mas a criançada do prédio brinca no estacionamento, arranhando os carros. O rádio não pára de falar no Inter, desclassificado. O Grêmio, colocado entre os oito, merece espaços maior. Esporte é alegria. Faz-se a festa do vencedor. Não o enterro do derrotado. Por que a empregada acha que devo escutar Leonardo? Por que ligam para meu celular e perguntam quem fala?

Quem não se comunica direito, faz indagação idiota. O telefone fixo toca. Uma voz indaga: Que número é aí? Fui à desforra. Liguei para o zoológico e pedi para falar com dona Ema. A telefonista ficou uma arara. Se atendo com voz de sono, perguntam se estou dormindo. Se não atendo, ligam, sem parar, como eu fosse surdo. Ou, ninguém estando, um fantasma atendesse, mentindo que saí. No Hotel, em viagem, não dormi, brigando com mosquitos. De manhã, a recepção ofereceu brinde, para voltar sempre. Expliquei que preferia levar só os hematomas para nunca voltar.

A enganação ganhou naturalidade. A previsão do tempo erra e as pessoas passam calor, frio ou se molham na chuva. Os preços sobem, mas a inflação é estável. Só parte da gasolina é importada, mas o preço aumenta devido às importações dolarizadas. Árbitro de futebol é chamado de juiz. Técnico, de professor pelos jogadores. Narrador grita, como se rádio não tivesse volume. Mente que a bola tirou tinta do poste, enquanto a TV desmente ao vivo.

Existe a mentira institucional. Está em reunião. Quer deixar recado? Pura perda de tempo. Saiu, mas volta. Mais tarde. O doutor Almir chegou? Sim. O casaco dele está na cadeira. Liga depois. Dona Olga do Carmo, por favor! Quem gostaria de falar? Rubão. Um minuto, por favor. Toca música. Depois vem a resposta: Está em reunião. Posso ajudar? Na loja, o atendente se esforça: Não temos. Mas está encomendado. Chega logo.

Eu, chato? O interfone não pára. É o gás. Ligo o rádio para ouvir música, mas um cara só fala na FM. O CD original é caro e o pirata é estragado. Reclamar para quem? No restaurante, o garçom pergunta o que quero beber. Coca-cola. Então explica que só tem Pepsi. Outro dia pedi pressa na farmácia. Queria chegar cedo em casa, para navegar. A garota do caixa perguntou, solícita: Na Internet? Minha namorada tremeu, mas não pude deixar de esclarecer: Não. Tenho barco e rio no meu apartamento.

Não deixe de ler Dê uma mão aos pés
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui