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Artigos-->Brasil: Que Política e que Costumes -- 07/08/2016 - 21:06 (Francisco Miguel de Moura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


BRASIL: QUE POLÍTICA, QUE COSTUMES!



 



Francisco Miguel de Moura, escritor, membro da Academia Piauiense de Letras.



 



          Não sei mais como lamentar a política brasileira, em todos os sentidos, especialmente no sentido próprio: a repartição do poder. Então me valho das mais diversas e estranhas fontes, especialmente dos meus amigos das redes sociais. Acabo de receber uma crítica justa e feroz, como deve ser, aos costumes políticos atuais do Brasil. É da Profª. Cristiane Pinheiro. Passo sua mensagem diretamente a meus leitores:



“Vendo a composição das coligações para o pleito eleitoral de 2016, vieram-me as seguintes perguntas:



1 – O PMDB só é demonizado quando se trata do Executivo Federal?



2 - O PT e PMDB não são o mesmo PT e PMDB da União?



3 - Petistas que gritaram fora Cunha, fora PMDB, fora Temer, irão votar na Coligação municipal que tem PT e PMDB como parceiros?



4 – Durante o período eleitoral de 2016 ficarão suspensas as agressões verbais ao PMDB golpista por parte dos petistas?



São só curiosidades de alguém que gosta de observar as contradições e incoerências discursivas”.



          Não, Profª. Cristiane, suas observações são as mesmas das pessoas sensatas e preocupadas com o futuro do Brasil. Partindo de uma mestra universitária, o valor das “curiosidades” cresce e se agiganta. Segundo meu pensamento ou opinião, tudo começa pela família, depois segue com a escola.



Diz-se que o Brasil é uma democracia. Mas, na verdade, está longe de ser. Na democracia, os princípios estão na definição da própria palavra: “Democracia é o estado ou a nação que tem o governo do povo, pelo povo e para o povo”.  Mas, se o povo não é educado como deveria ser - não obstante o esforço dos mestres responsáveis pela educação desde o curso fundamental ao universitário - como é que pode sair do seu seio algum político consciente dos seus deveres de cidadão?



          Entre nós é comum dizer-se que os políticos não prestam, são corruptos e, portanto, moralmente desqualificados. E ainda acrescentam: todos, sem exceção, são desonestos, tudo é farinha do mesmo saco. Não temos em quem votar.



Pelo amor de Deus, já saíram políticos bons (ou mais ou menos). Um Juscelino, por exemplo, foi honesto, ousado, no seu tempo o país gozou de relativa calma, em virtude do seu bom gênio. E acho que vamos parar por aqui. Saíram ricos, covardes, militares, ladrões, loucos e incompetentes para a Presidência da República (quase que eu ia citando o nome do último, ou seja, da última). No Executivo é onde começa e termina o mando e o poder. Dizem que o penúltimo que tivemos era um pobre: Lula. Não, Lula não era propriamente um pobre. Quem chega a presidente de um sindicato como o dos Metalúrgicos não é pobre. Ele nasceu pobre. Mas todos nós nascemos pobres. Se alguma coisa ganhamos é pelo estudo e pelo trabalho. Uns poucos herdam. Mas há um ditado que considero bom, pelo menos para o momento: “Quem não furta nem herda, enrica é merda”. É o nosso povo quem diz, não vou cortar-lhe a palavra, por feia que pareça.



          Voltando ao centro da questão, podemos dizer que os políticos saem do seio do povo, certamente. Onde o povo é bom, os políticos também são bons. Quando o povo é instruído, bem criado, física e moralmente, dentro de famílias de bom caráter e tradicionalmente pacíficas e humanitárias, os homens e mulheres sabem o que fazer com seu voto. No Brasil, não. Voto é mercadoria. Quem compra é corrupto? É. Mas quem vende também o é. Quem vende o voto é ignorante de pai e mãe, ou é burro, pois acha que o voto é matéria de troca por outras coisas: bolsas de qualquer natureza, emprego sem concurso, por simples apadrinhamento, etc. Incontestável, portanto, é que tudo começa com a educação: primeiramente a doméstica, de casa; segundo, a da escola; e por fim, com o uso da cidadania, exigindo o cumprimento das leis e dos bons costumes, a punição dos que desobedecem ao que é consagrado pela ética e pela moral, seja em casa, na escola, no trânsito, nas ruas, nas eleições.



          Por outro lado, é preciso ter consciência de que nenhum governo, no sistema democrático, dá nada. Ele é o nosso gerente, nós pagamos os impostos, os juros, as taxas e demais custos, e devemos exigir que provem o que gastam e como gastam. Não sendo para o bem público, não deve ser aprovado, pois eles são pagos e bem pagos para dirigir. A divisão mais equitativa da riqueza do país deve ser feita, em benefício do povo. É necessário. Mas só há um meio: é pela escola, pela educação que se ofereça ao povo. E para ir bem na escola há que ter uma família por trás, que eduque os primeiros anos, que o acompanhe e se inteire do aprendizado, cooperando com os professores. Chama-se isto de educação doméstica.



          Infelizmente, se falamos de coisa séria, no Brasil de hoje, o povão debocha, não leva a sério. Nosso povo só acredita em fábula, em milagre, em sonho (loteria ou sorte), deixando de lado todos os afazeres para gozar os feriados, forçados ou não. Carnaval é o ano inteiro. E ainda há quem diga: - “Somos assim por falta de incentivo”. Ora, ora, quem nos incentivará mais do que a família, a escola e nós mesmos?  Quando li num escritor tupininquim, já repetindo outro, a seguinte frase: “O melhor do Brasil é o brasileiro”, senti pena dele, o escritor.“O Brasil não é um país sério”, bem o disse o Presidente De Gaule, da França, quando nos visitou. E já faz bastante tempo.



         Com todo esse meu discurso, será que ajudei, meu caro leitor, a resolver os enigmas da Profª. Cristiane Pinheiro, apontados no início?



   ________________________            



Francisco Miguel de Moura, escritor, membro da Academia Piauiense de Letras.



 



        


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