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Poesias-->PELA MÃO DE MEU PAI -- 25/06/2003 - 19:04 (Paulo Sérgio Rosseto) |
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Terminou permanecendo tempo demais na gaveta
A translúcida folha sem escrita
Seguida de dias
Passiva ante a estranha dança ruminante
Como se visitasse a antiga estação espacial russa
Faço, edifico, ergo a esférica órbita lisa
Desconsolo sombrio, arredo e descaso
Clamo, brado, tonifico a audácia
Todas as veias são longas vértices associadas
E não conduzem nem aspiram, apenas aguardam
Que crianças corram adultas
E construam nas ruas laterais
O futuro do dia
Certo estou de que meu pai jamais se esquecera
De quando fomos levando mulher prenha e marido
No banco traseiro do fusca
Então louco de medo em descobrir água de sangue
Debaixo do tapete escorrendo
Com o movimento brusco na estrada de areia comprida
Ou um choro misturado aos berros das reses curiosas nas cercas
Ou gemido de mãe não mais suportando a bolsa
Disfarçando suspiro na angustia brava do motor
Tantos sorrisos e sustos foram para traz
Tantas delicias
E também a mão de meu pai
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