Esperando na cama...
Meu corpo amanheceu cheio de vergões e os lençóis sujos de sangue. É mistério de que forma entrou no apartamento fechado. Como chegou ao meu quarto é óbvio. Não preciso descrever. Qualquer pessoa imagina um corredor e uma porta aberta.
Não estou bravo! Isso acontece. Foi desfaçatez aceitável. Assim é a vida. Repleta de surpresas. Quando menos se espera, parece que cai do céu... Foi apagar a luz, deitar o rosto no travesseiro, e, logo, tudo começou... Que noite...! Consegui dormir só de madrugada!
Mal consigo esperar nova chance. Agora, sei do que é capaz! Reservo energias e cuido dos músculos para o momento de agarrar seu corpo. Claro, sei o quanto é ágil! Pude perceber sua maestria nesse jogo de vaivém, que tanto aprecia e tão bem pratica.
Os dedos longos e fortes das minhas mãos estão afiados! Tudo desconhece. Não imagino de onde veio e nem para onde foi, antes que eu despertasse do sono precário. Mas espero por sua volta... Pouco importa quantas noites sejam necessárias à reaparição...
Sei que voltará. E estarei aqui. Ansioso por sua presença! Deitado nesta cama de casal, arrumada com outros lençóis brancos, usarei aquele mesmo pijama folgado, frouxo. Permissivo, como naquele dia. Espero, sozinho, sedento de seu corpo magro, frágil, fugaz...
Será do meu jeito. Bem preparado, cederá ante minha astúcia e agilidade. Quando puser as mãos em seu corpo, quero apertá-lo com todas as forças permitidas pelos meus músculos, minhas energias e minha raiva... Raiva de você, pernilongo desgraçado! |
