Usina de Letras
Usina de Letras
305 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62171 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22531)

Discursos (3238)

Ensaios - (10349)

Erótico (13567)

Frases (50575)

Humor (20028)

Infantil (5423)

Infanto Juvenil (4756)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140791)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1959)

Textos Religiosos/Sermões (6182)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cordel-->APERTO EM BOA VIAGEM -- 03/09/2001 - 17:45 (Antonio Albino Pereira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O que vou lhes contar
É um causo verdadeiro,
Algo em particular
Ocorrido a um companheiro.

Lá pras bandas do nordeste,
A serviço do patrão,
Dois amigos cabras da peste
Viajaram de avião.

Fastiados de sandubão,
Só peixes lá comeram;
Água de coco e pirão,
Vários chopps lá beberam.

Muitos dias se passaram,
Nem lembravam da família.
Pelas ruas passearam
Com a cicerone Marília.

No Recife curtiam a vida,
Em Boa Viagem, a praia,
Happy Hour na avenida,
Tinha até rabo de saia.

Mas duas semanas depois,
De comer um bom feijão,
Bateu a vontade nos dois
E saíram à cata, então.

Pelas ruas procuraram,
O sol era castigante,
Uma birosca avistaram
E ficaram bem radiantes.

Leram algo, ali em frente
Na placa escrito a giz,
Que os deixaram sorridentes:
Coma aqui e seja feliz.

Foi uma grande comilança,
Só pé de porco e feijão.
Um deles comeu demais,
Muito mais que a condição.

Muito pé, muito feijão,
Regado à caipirinha,
Aquele, bem comilão,
Ainda pediu farinha.

Confesso, não é chalaça,
Depois desse feijão,
Beberam mais cachaça
Para apurar a digestão.

Ao hotel retornaram,
Para logo escapulir,
As sungas eles botaram,
E foram a praia curtir.

Mas aquele, o comilão,
Foi pego de mal jeito;
A cachaça, meu irmão,
Começou a fazer efeito.

Na praia, curtindo a areia,
Água morna e gostosa.
E a pança de tão cheia
Entrou numa rebordosa.

O infeliz companheiro
Se apertava e gemia
Em busca de um banheiro
Que por perto não existia.

Ao colega licença pediu
E rumou rumo à pousada;
Rápido e rasteiro partiu
Pra dar uma descarregada.

Não contava o pobre moço
Com a travessia demorada;
E a barriga em alvoroço,
Ele parado na calçada.

A rua movimentada
Impedia-o de alcançar
A bendita da pousada
Pra poder descarregar.

Virou-se e, de repente,
Correu de volta pro mar.
Ali não havia gente,
Começou a mergulhar.

E nadava sem parar,
Nem pensou em tubarão;
Já estava em alto mar
Quando despejou o feijão.

Com a barriga aliviada,
Depois de tudo arriar,
Percebeu a enrascada
Em que acabara de entrar.

Olhou e terra não avistou,
Na ânsia de se afastar,
Tanto foi que se afastou,
Não sabia mais voltar.

Um pescador, por sorte,
Ali estava a passar,
Salvou fulano da morte,
Retirou-o do alto mar.

De volta à terra nostra,
Já calmo e aliviado,
Sentiu algo à mostra,
A sunga tinha ficado.

Depois dessa fatalidade,
Ao nordeste retornou,
Várias praias e cidades
Com gosto visitou.

Mas se lhe ofertam feijão,
Ele sente um retorcido,
Só de pensar na situação
A qual foi submetido
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui